Intrigante espada de 1.600 anos de ritual pagão é achada na sepultura de soldado romano na Grécia

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Arqueólogos na Grécia descobriram uma espada de ferro de 1.600 anos que foi dobrada em um ritual de "matança" antes de ser enterrada na sepultura de soldado que servia no exército imperial romano.

A descoberta da espada de 1.600 anos dobrada foi "surpreendente" para os cientistas porque o soldado foi enterrado em uma igreja primitiva, mas a espada dobrada fazia parte de um conhecido ritual pagão, disse o pesquisador do projeto Errikos Maniotis, doutorando no Departamento de Arqueologia Bizantina na Universidade Aristóteles de Tessalônica, na Grécia.

Embora este soldado, que provavelmente era um mercenário, possa ter "abraçado o modo de vida romano e a religião cristã, ele não abandonou suas raízes", disse Maniotis ao portal Live Science.

O enterro do soldado é a última descoberta no local de uma basílica paleocristã de três corredores, datada do século V. A basílica foi descoberta em 2010, durante uma escavação antes da construção de uma linha do metrô, o que levou os pesquisadores a chamarem o antigo edifício de basílica de Sintrivani, em homenagem à estação de metrô Sintrivani. A estação fica na cidade de Tessalônica, no norte da Grécia, que foi uma importante metrópole durante o Império Romano.

© Sputnik / Vladimir FedorenkoTessalônica, Grécia
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Tessalônica, Grécia

A basílica foi construída sobre uma capela do século IV, que pode ser a igreja cristã mais antiga de Tessalônica, disse Maniotis. No século VII, a igreja foi danificada e apenas mal reformada antes de ser abandonada no século VIII ou IX, disse Maniotis.

Durante escavações recentes, os arqueólogos encontraram sete túmulos que foram lacrados dentro. Algumas das sepulturas continham duas pessoas falecidas, mas não tinham artefatos. No entanto, uma sepultura em forma de arco continha os restos mortais de um indivíduo que havia sido enterrado com armas, incluindo uma espada dobrada – um tipo de espada longa e reta do final do período romano (250-450 d.C.).

"Normalmente, esses tipos de espadas eram usados pelas forças auxiliares de cavalaria do exército romano", disse Maniotis. "Assim, podemos dizer que o falecido, levando-se em consideração também a importância do local de sepultamento, era um oficial de alta patente do exército romano", completou.

Os arqueólogos ainda precisam estudar o indivíduo. "Não sabemos nada sobre seu perfil: idade da morte, causa da morte, possíveis ferimentos que ele possa ter das guerras que travou etc.", disse Maniotis. No entanto, eles ficaram intrigados com sua espada dobrada e outras armas, que incluíam uma saliência de escudo, ponta de lança e moedas antigas.

Até agora, a espada dobrada é a característica mais reveladora do túmulo. "Essas descobertas são extremamente raras em uma paisagem urbana", afirmou Maniotis. "As espadas dobradas geralmente são escavadas em locais no norte da Europa", incluindo locais usados pelos celtas, ressaltou.

A espada dobrada é uma pista de que o soldado era um "gótico romanizado ou de qualquer outra tribo germânica que serviu como mercenário (foederatus) nas forças imperiais romanas", escreveu Maniotis.

Mosaico e cemitério

A descoberta da antiga basílica revelou outros artefatos antigos. Arqueólogos liderados por Melina Paisidou, professora associada de arqueologia da Universidade Aristóteles de Tessalônica, também escavaram o belo piso de mosaico do prédio que mostra uma videira com pássaros em seus caules, incluindo a mítica fênix com um halo que possui 13 raios em seu centro.

Além disso, uma descoberta no local em 2010 revelou cerca de três mil sepulturas antigas no cemitério oriental de Tessalônica, um cemitério que foi usado desde o período helenístico (cerca de 300-30 a.C.) até pouco antes da antiguidade tardia (600-700 d.C.), de acordo com às origens antigas.

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