Cientistas explicam por que SARS-CoV-2 é mais contagioso que SARS-CoV-1

© AP Photo / Eraldo PeresFuncionários da União Química trabalham em produção-piloto dos insumos da vacina russa contra a COVID-19, Sputnik V, em Brasília, 25 de janeiro de 2021
Funcionários da União Química trabalham em produção-piloto dos insumos da vacina russa contra a COVID-19, Sputnik V, em Brasília, 25 de janeiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 29.03.2021
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Cientistas norte-americanos descobriram que a força de interação entre a proteína S do vírus SARS-CoV-2 e os receptores ACE2 em células humanas é muito maior, comparando com outros coronavírus, o que explicaria a alta velocidade e abrangência da propagação da nova infecção.

Pesquisadores da Universidade Lehigh desenvolveram uma tecnologia para determinar a força de interação entre a proteína S e receptores ACE2, de acordo com o estudo publicado na revista Biophysical Journal.

Os cientistas descobriram que interação entre a proteína S do SARS-CoV-2 e receptores ACE2 é mais forte do que entre a proteína com a mesma estrutura do SARS-CoV-1 e os mesmos receptores.

Usando a combinação de métodos de espectroscopia de força de moléculas individuais e de modelação da dinâmica molecular, os autores descobriram que a causa disso é a interação entre a espícula do SARS-CoV-2 e os glicanos dos ACE2, que são cadeias de açúcar na superfície dos receptores.

"Depois de removermos todos os glicanos dos ACE2 e medirmos de novo a força da interação, observamos que a força de interação da proteína S do SARS-CoV-2 com os ACE2 caiu até um nível análogo ao do SARS-CoV-1", revelou o chefe do estudo, Frank Zhang.

A presença desta interação explica a ligação reforçada entre o vírus e a célula e o nível mais alto de contagiosidade da COVID-19, quando comparada com a do outro coronavírus, causador do surto de pneumonia atípica em 2002-2004, segundo os cientistas.

"Ficamos surpresos ao descobrir que a interação peculiar entre os glicanos dos ACE2 e a proteína S do SARS-CoV-2 torna a ligação entre o vírus e as células tão forte", afirmou um dos autores do estudo, Wonpil Im.

Os cientistas esperam que os resultados obtidos se tornem a base para o desenvolvimento de novas estratégias de identificação, prevenção e tratamento do novo coronavírus, bem como para a criação de novas vacinas contra o vírus.

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