Descoberta surpreendente: astrônomos encontram bilhões de galáxias anãs em teia cósmica

© Foto / Volker Springel, Virgo ConsortiumTeia cósmica, constituída por matéria comum e matéria escura
Teia cósmica, constituída por matéria comum e matéria escura - Sputnik Brasil, 1920, 18.03.2021
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Com ajuda do telescópio VLT, astrônomos observaram em detalhe pela primeira vez algumas partes da teia cósmica, repletas de bilhões de galáxias anãs, antes desconhecidas.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Astronomy & Astrophysics. Segundo os cientistas, estas partes ou filamentos são estruturas gasosas de hidrogênio onde as galáxias se formam. Embora os filamentos de gás há muito tenham sido previstos por modelos cosmológicos, não tinha sido possível observá-los diretamente até agora.

Tudo o que era conhecido sobre a estrutura da teia cósmica era limitado a algumas regiões específicas ao longo das linhas de propagação dos raios dos quasares, que, à semelhança dos faróis dos carros, "realçam" as nuvens de gás ao longo da linha de visão.

Agora os astrofísicos franceses do Centro de Pesquisas Astrofísicas de Lyon e da Universidade de Côte d'Azur (França) revelaram e estudaram alguns filamentos da teia cósmica utilizando o Explorador Espectroscópico de Unidades Múltiplas (MUSE, na sigla em inglês), instalado no telescópio VLT no Chile.

Devido a suas características, este aparelho permite obter imagens mais nítidas de objetos muito pouco manifestados no Universo.

Para sua pesquisa, os astrônomos escolheram um filamento do chamado HUDF (Campo Ultraprofundo do Hubble) uma pequena região do espaço, conhecida por meio dos dados obtidos pelo telescópio Hubble desde 24 de setembro de 2003 até 16 de janeiro de 2004.

Observando esta região do espaço por mais de 140 horas e analisando os dados recebidos durante mais de um ano, os pesquisadores ficaram muito surpreendidos ao descobrir que a luz dos filamentos gasosos é proveniente de uma imensidão, até então invisível, de bilhões de galáxias anãs com muitas estrelas.

Anteriormente se acreditava que esse brilho era gerado pela radiação cósmica ultravioleta de fundo que, aquecendo o gás nos filamentos, os fazia brilhar.

Embora estas galáxias sejam muito fracas para serem detectadas individualmente com os instrumentos atuais, sua existência terá grandes implicações para os modelos da estrutura do Universo e para a compreensão de como todas as outras galáxias se formaram a partir do gás da teia cósmica, concluem os autores da pesquisa.

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