'Rio de rochas' escaldante sob mar do Caribe seria segredo para ocorrência de terremotos

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Fendas com lava (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 15.03.2021
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Pesquisadores estudaram dados tomográficos e de satélite do Caribe a da América Central, e concluíram que camadas macias abaixo das placas tectônicas têm maior influência do que se pensava.

Descobertas realizadas por geólogos questionam a teoria de que as placas tectônicas são movidas pelo peso de suas porções afundadas, com uma camada subjacente, quente, servindo apenas como um lubrificante passivo, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications.

A teoria há muito apoiada indica que uma camada mais macia e quente, chamada astenosfera, escondida sob as placas tectônicas que são colocadas em movimento sob o peso de suas porções afundando, serve como um lubrificante passivo.

O comunicado dos cientistas da Universidade de Houston, EUA, sugere que os fluxos na camada mais macia sob placas tectônicas são mais fortes e rápidos do que se acreditava originalmente.

Se forem corroborados, os resultados do novo estudo mostram que a camada em questão flui vigorosamente, com um movimento suficientemente rápido para impulsionar os movimentos das placas.

A equipe de pesquisadores levou em conta mudanças mínimas na atração gravitacional detectada por satélite dentro do Caribe, e examinou imagens de tomografia do manto da astenosfera sob o Caribe, descobrindo um "rio de rochas" quente saindo do oceano Pacífico através de um "portal". Este fluxo subterrâneo se estendia sob a América Central até alcançar o meio do mar do Caribe.

Novo elemento?

O "rio de rochas" data de oito milhões de anos atrás, quando a porta de entrada da América Central, um corpo de água que uma vez separou a América do Norte da América do Sul, se abriu, elevando o fundo do mar sobre ele em várias centenas de metros. Como resultado, o fluxo se inclinou para o nordeste, em direção às Antilhas Menores.

"Sem o apoio extra gerado por este fluxo na astenosfera, porções da América Central ainda estariam abaixo do nível do mar. Os oceanos Atlântico e Pacífico estariam conectados sem necessidade do canal do Panamá", apontou Lorenzo Colli, professor de geofísica, geodinâmica e estrutura do manto do Departamento de Ciências da Terra e Atmosféricas da Universidade de Houston, e coautor do estudo.

Além disso, foi descoberto que a astenosfera está se movendo 15 centímetros anualmente, três vezes mais rápido que uma placa média. O movimento pode ser independente das placas sobrepostas, e as arrastaria em uma direção diferente.

"Pense nas placas se movendo como um disco de hóquei no ar, e sendo lubrificadas por baixo. Em vez disso, o que descobrimos é que a mesa de hóquei aéreo impõe suas próprias correntes sobre o disco que se move, criando um movimento de baixo para cima que não foi bem reconhecido, e que está sendo quantificado aqui", descreve Jonny Wu, professor de geologia estrutural, tectônica e estrutura do manto, e coautor do estudo.

A pesquisa foi considerada inestimável para compreender melhor a forma da superfície da Terra, sua evolução ao longo do tempo através de um padrão de mares rasos emergentes, pontes terrestres baixas e placas tectônicas móveis que provocam terremotos.

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