Pesquisadores italianos realizaram um estudo com 381 pacientes recuperados da COVID-19 grave, tendo a maioria necessitado de internação, e atestaram que 30,2% deles desenvolveram um tipo de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Ao todo, 115 pacientes demonstraram transtornos psíquicos.
Pesquisadores do Hospital Universitário Agostino Gemelli, que é o maior hospital de Roma, na Itália, trabalharam com base em uma avaliação médica e psiquiátrica abrangente, e publicaram as informações obtidas no JAMA Psychiatry.
O transtorno de estresse pós-traumático pode ocorrer em qualquer pessoa que possa ter passado por um evento traumatizante. Epidemias de tipos de coronavírus anteriores foram associadas a diagnósticos de TEPT em estágios pós-doença, indicando uma prevalência de 32,2%.
No entanto, informações a este respeito após síndrome respiratória aguda grave do atual SARS-CoV-2 ainda eram fragmentadas, o que incentivou a pesquisa italiana. Os estudos são do tipo observacionais, ou seja, não podem provar que uma coisa causa a outra, apenas que estão interligadas.
Dentre os pacientes envolvidos todos eram brancos e 43,6% eram mulheres. Todos foram encaminhados a um serviço de atendimento pós-agudo para avaliação multidisciplinar após a recuperação. Segundo os pesquisadores, é possível afirmar que mulheres com histórico de problemas de saúde mental prévios apresentam maior risco de desenvolver TEPT após a doença.
Apesar da pequena amostra, os dados obtidos são importantes para orientar novos estudos e adequar as intervenções terapêuticas e estratégias de prevenção dos transtornos consequentes do coronavírus.
Intrusões, esquiva, alterações negativas da cognição e do humor e alterações da excitação e da reatividade são uns dos sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Vale destacar que, normalmente, os pacientes têm memórias indesejadas frequentes que reproduzem o evento desencadeante, sendo pesadelos comuns.
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