Algas podem ser a chave para sustentar presença humana em Marte, dizem cientistas

© Foto / Pixabay / Aynur_zakirovMarte (imagem referencial)
Marte (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 16.02.2021
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Pesquisadores na Alemanha testaram com sucesso um biorreator que simulou condições existentes no Planeta Vermelho, e confirmou que as cianobactérias, que criam oxigênio, podem sobreviver nele.

Algas podem crescer em Marte e permitir que humanos sobrevivam no planeta, revela um estudo publicado na revista Frontiers in Microbiology.

Cientistas do Centro de Tecnologia Espacial Aplicada e Microgravidade da Universidade de Bremen, Alemanha, realizaram experiências e chegaram à conclusão que as cianobactérias, também conhecidas como algas verde-azuladas, e estudadas há alguns anos como forma de criar oxigênio em Marte, podem se adaptar ao ambiente do Planeta Vermelho.

Apesar de esses microrganismos emitirem toxinas que às vezes podem matar outros organismos, cientistas crêem que foram eles os responsáveis pela criação do oxigênio há 2.4 bilhões de anos, o qual continuam criando por fotossíntese, existindo em quase todos os hábitats da Terra.

"Aqui mostramos que as cianobactérias podem usar os gases disponíveis na atmosfera marciana, a uma baixa pressão total, como sua fonte de carbono e nitrogênio", explicou Cyprien Verseux, astrobiólogo da Universidade de Bremen.

Devido à baixa pressão atmosférica de Marte, 100 vezes inferior à da Terra, que impede a presença das algas verde-azuladas na água, e de extrair nitrogênio suficiente da atmosfera marciana, a equipe de Verseux desenvolveu um biorreator chamado Atmos, com cerca de 10% da pressão atmosférica da Terra, usando apenas gases que podem ser encontrados em Marte, embora em proporções invertidas.

O Atmos, composto por nove diferentes recipientes de vidro e aço, usou condições de crescimento diferentes para as cianobactérias, com monitoramento estrito das temperaturas e pressões dos recipientes utilizados. As algas cresceram "vigorosamente", inclusive no regolito de Marte, mesmo crescendo melhor em solo cultivado.

Após testar com sucesso o conceito, os pesquisadores pretendem otimizar o biorreator de forma a criar um que poderia no futuro ser útil em Marte.

"Nosso biorreator, Atmos, não é o sistema de cultivo que usaríamos em Marte: ele tem o objetivo de testar, na Terra, as condições que proporcionaríamos lá", disse Verseux.

"Sob estas condições, as cianobactérias mantiveram sua capacidade de crescer em água contendo apenas poeira parecida com a de Marte, e ainda podiam ser usadas para alimentar outros micróbios. Isto poderia ajudar a tornar as missões de longo prazo ao Planeta Vermelho sustentáveis", apontou.

Além disso, os cientistas foram capazes de extrair açúcares, aminoácidos e outros nutrientes das cianobactérias para alimentar outros solos, que podem então ser utilizados para outros fins, tais como a produção de medicamentos.

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