Descobertas na Sicília ânforas milenares feitas especialmente para exportação de vinho (FOTO)

© Foto / Pixabay / Yolanda Coervers Vasos do antigo Palácio dos Cnossos (imagem referencial)
Vasos do antigo Palácio dos Cnossos (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 08.02.2021
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Pesquisadores da Universidade de York determinaram que cerca de 1.000 anos atrás, durante o período islâmico, os habitantes da Sicília estabeleceram comércio próspero de vinho engarrafado em ânforas de forma ímpar.

Todos os recipientes de barro foram feitos na Sicília, no entanto, podem ainda ser encontrados em grandes quantidades em diferentes partes da Europa. Isso indica que alguma mercadoria era exportada nestas ânforas.

A equipe de pesquisa da Universidade de York, em parceria com cientistas da Universidade de Roma Tor Vergata, analisou o conteúdo das ânforas e identificou vestígios químicos que permaneceram no corpo dos recipientes.

Os pesquisadores descobriram substâncias semelhantes àquelas encontradas em jarros de cerâmica utilizados por alguns produtores da atualidade para maturação do vinho.

Traços químicos de uva foram encontrados dentro de vasos medievais. Descobriu-se também que o vinho siciliano era engarrafado somente em ânforas de um tipo especial que não era utilizado para nenhuma outra espécie de produto. Graças às ânforas diferentes, os potenciais comparadores poderiam determinar que o vinho nelas era da Sicília.

Recentemente, ânforas sicilianas que remontam aos séculos IX-XI d.C. com vestígios de vinho foram descobertas durante escavações em Sardenha e Pisa.

O Império islâmico se expandiu para as regiões do Mediterrâneo durante os séculos VII–IX d.C., mais especificamente a regiões que produziam e consumiam vinho em larga escala.

© Foto / University of YorkÂnfora com vinho siciliano
Descobertas na Sicília ânforas milenares feitas especialmente para exportação de vinho (FOTO) - Sputnik Brasil, 1920, 08.02.2021
Ânfora com vinho siciliano

"Álcool não desempenhou e não desempenha um papel importante na vida cultural da sociedade islâmica, por isso estávamos muito interessados na questão como esta comunidade medieval prosperou em uma região dominada pelo vinho", disse professor Martin Carver, do Departamento de Arqueologia da Universidade de York.

"Eles não só prosperaram, como também construíram uma base econômica sólida que lhes deu um futuro promissor, sendo a indústria de vinho um dos elementos centrais do seu sucesso", explicou.

É conhecido que o comércio de vinho era feito na Sicília antes do período pré-islâmico, no entanto, naquela época o vinho na Sicília era na sua maioria importado com ênfase no consumo e não na produção.

Mas aparentemente tudo mudou nos séculos IX e XI d.C. Novas evidências arqueológicas sugerem que a comunidade islâmica viu uma oportunidade e focou a sua atenção na produção e exportação, escreve portal Phys.org.

Vale destacar não haver nenhuma evidência histórica escrita ou arqueológica que a comunidade local consumia o vinho produzido localmente.

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