Brilho de galáxias apresenta comportamento inesperado e intriga cientistas

© Foto / Universidade de BathUma galáxia anã de maré azul e uma galáxia espiral cinza
Uma galáxia anã de maré azul e uma galáxia espiral cinza - Sputnik Brasil, 1920, 05.02.2021
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Imagens de radioastronomia revelaram a cientistas centenas de buracos negros "bebês" supermassivos em galáxias distantes cuja luz se comporta de maneira inesperada.

No espaço, as galáxias são consideradas corpos celestes com milhares de anos-luz de tamanho, compostas por gás, poeira cósmica e estrelas.

Devido a seu tamanho gigantesco, seria de esperar que a quantidade de luz emitida pelas galáxias mudasse lentamente ao longo dos tempos, muito além da vida de uma pessoa.

Contudo, um grupo de cientistas publicou um estudo na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society, segundo o qual a luz de muitas galáxias muda muito mais rapidamente, em questão de poucos anos.

Os astrônomos acreditam que existe um buraco negro supermassivo no centro da maioria das galáxias, sendo que algumas delas emitem forte radiação.

Seu campo gravitacional é tão forte que atrai matéria do espaço ao redor para seu interior, criando uma rosca orbital de plasma quente, chamado "disco de acreção". Este disco se move a uma velocidade próxima da luz.

Como resultado, os campos magnéticos aceleram as partículas de grande concentração de energia a partir do disco, criando jatos ao longo dos eixos rotacionais do buraco negro.

À medida que se afastam do buraco negro, tais jatos criam nuvens gigantescas com formato de cogumelo. Toda esta estrutura origina uma galáxia de rádio, chamada desta forma porque emite muita radiação de radiofrequência.

Galáxias jovens e velhas

Observando a cor das galáxias com base na radioastronomia, elas podem ser classificadas em dois grupos, as mais jovens e as mais velhas, de acordo com a cor da luz que emitem.

As galáxias jovens emitem luz azul, o que significa que elas são mais brilhantes em frequências de rádio mais altas. Enquanto isso, as mais velhas parecem vermelhas e são mais brilhantes nas frequências de rádio mais baixas.

Analisando 554 galáxias jovens, os cientistas estabeleceram que, apenas um ano após uma análise prévia, 123 galáxias apresentaram uma luminosidade diferente, parecendo cintilar.

O fenômeno impressionou os cientistas, visto que algo com um tamanho superior a um ano-luz não poderia variar tanto de brilho em menos de um ano terrestre sem quebrar as leis da física. Portanto, ou as galáxias eram muito menores do que o esperado, ou algo mais estava ocorrendo.

Na pesquisa, foram estudadas mais de 21 mil galáxias durante um ano através de múltiplas frequências de rádio.

Analisando os dados, os cientistas puseram em dúvida que estas fossem realmente galáxias jovens ("bebês"), podendo ser, na verdade, galáxias "adolescentes", que crescem muito mais rápido do que o esperado.

Além disso, 51 galáxias mudaram tanto de brilho quanto de cor, o que pode ser uma pista sobre o que causa a variabilidade.

Explicações

Tentando explicar a razão do fenômeno, os cientistas colocam três hipóteses: segundo a primeira, a luz das estrelas ao passar pela atmosfera terrestre é distorcida. Isso acaba criando um efeito de cintilação, o qual pode ser observado no céu durante a noite.

Outra possível explicação é o fato de que no Universo tridimensional, por vezes os buracos negros liberam rajadas de partículas de alta energia em direção à Terra.

Ao invés de ver jatos e formações gigantescas em formato de cogumelo, são vistos blazares como pequenos pontos brilhantes, que apresentam grande variação em escalas de tempo curtas.

Uma terceira hipótese é que os buracos negros liberam partículas extra que formam uma aglutinação. Esta se propaga devagar ao longo dos jatos, por isso seria detectada inicialmente como azul e depois como vermelha.

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