Estrela única 'disfarçou-se' de pulsar antes de voltar a ser magnetar, revela estudo

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Pulsar (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 02.02.2021
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Uma equipe de cientistas analisou as observações de um corpo celeste a 15.000 anos-luz e, apesar de ainda haver uma "série de questões", notou oscilações que poderiam ser temporárias.

A estrela Swift J1818.0–1607, localizada a cerca de 15.000 anos-luz da Terra, tem um padrão de atividade estelar nunca antes visto, relataram astrônomos em estudo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Apesar de só ter sido descoberta em março de 2020, a estrela de nêutrons provocou logo um debate sobre se era um magnetar, que produz um campo magnético extremamente poderoso, ou um pulsar, que é mais comum, mas que se distingue pela forma como emite pulsos de radiação de seus polos magnéticos, algo que também acontece nesse corpo celeste.

Isso levou alguns cientistas a considerar a Swift J1818.0–1607 um "elo perdido" entre magnetares e pulsares, que teria exibido "uma evolução significativa do perfil temporal durante este período", e que seu "comportamento bizarro nunca foi visto antes em nenhum outro magnetar de rádio", explicou o autor principal do estudo Marcus Lower, da Universidade Tecnológica de Swinburne e da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO, na sigla em inglês) ao portal do Centro de Excelência para Descoberta de Ondas Gravitacionais do ARC (OzGrav, na sigla em inglês), Austrália.

"Isto levanta uma série de questões", indicou Lower em declarações ao jornal The Sydney Morning Herald.

As novas observações apontam que o eixo magnético do magnetar não está alinhado com seu eixo de rotação, em vez disso mergulha em seu hemisfério sul, enquanto os magnetares anteriores todos tinham os campos magnéticos alinhados com seus eixos de rotação, escreve o portal Science Alert.

"Mas isso também poderia explicar algumas das mudanças no perfil de emissões de rádio observadas, potencialmente refletindo pulsos de rádio sendo emitidos em diferentes alturas sobre a superfície da estrela de nêutrons", teoriza.

No entanto, o estudo liderado por astrônomos do OzGrav sugere que as observações apontando para um "conflito de identidade" na estrela demonstravam um fenômeno temporário e uma forma de evolução estelar que ainda não compreendemos inteiramente.

"[...] Segundo nossa observação seguinte, ela ficou permanentemente neste novo estado semelhante ao de um magnetar", crê Lower.

A razão da confusão que se instalou sobre o que é a Swift J1818.0–1607 é em parte explicada pela novidade deste tema nos estudos astronômicos.

"Conhecer a geometria real dos magnetares também é muito importante na teoria das estrelas de nêutrons e para sermos capazes de prever como eles evoluirão com o tempo", concluiu Marcus Lower em declarações ao jornal The Sydney Morning Herald.

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