'Cronômetros do Universo' detectam ondas gravitacionais em abismo espacial

© AP Photo / Josh ReynoldsModelo mecânico de planetas do universo
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Sinais parecidos com ondas gravitacionais de baixa frequência foram detectados após mais de 12 anos de trabalho do observatório NANOGrav, dos EUA e Canadá.

Estes tipos de ondas são causados pelo movimento de corpos extremamente grandes, mas os astrônomos não podem observá-las diretamente, como fazem com as estrelas e galáxias, ou seja, para detectá-las é preciso medir seus efeitos. Esses efeitos podem ser minúsculos, como por exemplo, pequenas mudanças de posição de outros objetos, como a própria Terra.

Os cientistas então decidiram utilizar pulsares distantes, estrelas que giram rapidamente e a intervalos regulares, conhecidas como "cronômetros do Universo".

© Foto / Tonia Klein / NANOGravRepresentação esquemática da Terra no espaço-tempo deformado pelas ondas gravitacionais do fundo e dos sinais provenientes dos pulsares
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Representação esquemática da Terra no espaço-tempo deformado pelas ondas gravitacionais do fundo e dos sinais provenientes dos pulsares

As ondas gravitacionais causam pequenas oscilações no espaço-tempo, de maneira que a regularidade dos pulsares é afetada.

As observações foram dificultadas pela presença de um ruído branco, porém, os cientistas conseguiram eliminá-lo dos dados coletados das interferências da matéria de nosso Sistema Solar, bem como certos erros nos dados obtidos anteriormente.

"Como o sinal das ondas gravitacionais que estamos buscando abrange toda a duração de nossas observações, devemos compreender cuidadosamente nosso ruído. Isso nos deixa em um lugar muito interessante, onde podemos descartar algumas fontes de ruído conhecidas", afirmou o astrônomo Joseph Simon, em um comunicado da NANOGrav.

"Contudo, não podemos dizer se o sinal é realmente de ondas gravitacionais. Para isso, precisamos de mais dados", ressaltou.

Por sua vez, Scott Ransom, presidente da NANOGrav, indica que para detectar este tipo de ondas "requer paciência".

"Atualmente, estamos analisando mais de uma dezena de anos de dados, porém, uma detecção definitiva provavelmente levará alguns anos", observou.

O estudo das ondas gravitacionais de baixa frequência poderia ajudar a responder a diversas questões pendentes da astrofísica, como o mecanismo de formação dos buracos negros massivos e a colisão das galáxias.

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