A oficina, de 1.700 anos, também resolve o mistério da localização perdida desde 1934 de uma cisterna onde estes artefatos já tinham sido encontrados.
De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel, no local foram desenterradas centenas de lâmpadas a óleo de cerâmica, das quais duas delas tinham o símbolo judeu do menorá (um candelabro de sete braços), bem como moldes de pedra para produção de lâmpadas, para além de figuras de cerâmica representando pessoas e animais.
As lâmpadas a óleo eram usadas como o principal método de iluminação nas cidades antigas, afirmam os arqueólogos ao jornal The Times of Israel.
A história deste local é curiosa. Em 1934, um inspetor do Departamento de Antiguidades durante o Mandato Britânico descobriu uma cisterna de água no centro de Israel, a oeste de Jerusalém. Ao escavar a cisterna, ele encontrou uma enorme quantidade de lâmpadas de óleo intactas.
No entanto, depois disso, a localização da cisterna se perdeu, permanecendo um mistério não obstante diversos esforços para a localizar. Por isso, a descoberta atual é duplamente valiosa.
"Estamos extremamente entusiasmados, pois esta não é apenas uma descoberta arqueológica importante por si só, mas também uma evidência tangível da história arqueológica", afirmaram os diretores da escavação, Moran Balila, Itai Aviv, Nicolas Benenstein e Omer Shalev.
Os artefatos descobertos no local mostram a história das montanhas da Judeia no período após a terceira guerra judaico-romana, destacou Benyamin Storchan da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Benyamin Storchan também ressaltou que as figuras descobertas no local indicam que, nos séculos seguintes, muitos pagãos se mudaram para a área.
"Fragmentos [dos artefatos] indicam que a vida judaica ainda existia nas montanhas da Judeia, mesmo após a rebelião falhar [...] Neste período, o Cristianismo também começou a emergir e algumas das lâmpadas a óleo de Beit Nattif tinham representações de peixes, um dos símbolos do Cristianismo", explicou.
Além disso, a descoberta prova que a população local era composta por uma mistura de pagãos, cristãos e judeus.