Armazéns solares são uma realidade: novo material captura e conserva energia do Sol por meses

© AFP 2023 / FREDERIC J. BROWNEclipse solar
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Cientistas acreditam que, em breve, material poderá ser um revestimento eficaz para aquecer edifícios inteiros ou descongelar rapidamente janelas em manhãs frias.

Pesquisadores da Universidade de Lancaster, Reino Unido, identificaram um material capaz de armazenar com eficiência energia solar por longos períodos. Conhecido como estrutura metal-orgânica (MOF, na sigla em inglês), o material é formado por uma rede de íons metálicos ligados por moléculas baseadas em carbono. A descoberta foi detalhada na revista científica Chemistry of Materials.

"O material funciona um pouco como materiais de mudança de fase, que são usados ​​para fornecer calor em aquecedores de mão […]. No entanto, embora os aquecedores de mão precisem ser aquecidos para recarregá-los, o bom desse material é que ele captura energia gratuita diretamente do Sol", afirma John Griffin, coautor do estudo, citado pelo portal Science Alert.

Mola tensionada e esticada

Os MOFs são porosos, ou seja, podem formar materiais compostos com outras moléculas pequenas. Os cientistas adicionaram moléculas de azobenzeno, que absorvem e armazenam muita luz. O mais interessante é que, quando desprendido, provoca uma rápida liberação de energia que emite calor, como uma mola, e que pode ser usada para aquecer outros materiais ou dispositivos. Os cientistas dizem que, em breve, material poderá ser utilizado para aquecer edifícios inteiros ou descongelar rapidamente superfícies.

Os resultados falam por si: este composto foi capaz de armazenar energia ultravioleta por pelo menos quatro meses em temperatura ambiente antes de liberá-la novamente, relata o estudo. Os pesquisadores estimam que o material tenha uma vida útil de até quatro anos e meio.

"[O material] também não possui peças móveis ou eletrônicas e, portanto, não há perdas envolvidas no armazenamento e liberação da energia solar. Esperamos que, com mais desenvolvimento, possamos fazer outros materiais que armazenem ainda mais energia", explica Griffin.

Tecnologia em desenvolvimento

No momento, é necessário mais trabalho para preparar o material para uso generalizado. Embora os testes tenham mostrado que o material pode reter energia por meses seguidos, a densidade de energia do material é relativamente baixa e os pesquisadores esperam melhorar.

A boa notícia é que muitas configurações usadas nesta pesquisa podem ser ajustadas para tentar melhorar os resultados, o que provavelmente levará a outra maneira econômica e confiável de armazenar energia da qual podemos depender.

"Nossa abordagem significa que há uma série de maneiras de tentar otimizar esses materiais, seja alterando o próprio fotointerruptor ou a estrutura do hospedeiro poroso", garante Nathan Halcovitch, coautor do estudo.

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