Pela primeira vez, um grupo de físicos registrou a passagem de ondas sonoras através de um fluido perfeito com a viscosidade mais baixa possível, reduzida em condições de laboratório até quanto permitem as leis da mecânica quântica, informou no dia 3 de dezembro o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).
A gravação deste efeito soa como uma ligação ascendente de frequências, que foi compartilhada ao público pelos pesquisadores na revista Science, comentando sobre a importância desta descoberta para a astrofísica.
Os autores estimam que seu experimento possa ajudá-los a compreender algumas das condições mais extremas do Universo, como as que há dentro das densas estrelas de nêutrons ou houve na "sopa", como dizem os pesquisadores, do plasma de quarks e glúons que preencheram o espaço nos anos posteriores ao Big Bang.
"É muito difícil escutar uma estrela de nêutrons [...]. Porém, agora seria possível imitar em um laboratório usando átomos, agitar esta sopa atômica e escutá-la, sabendo como soaria uma estrela de nêutrons", comentou o físico Martin Zwierlein.
A equipe destaca que o termo "fluidos" não está limitado aos líquidos, mas engloba outros dois estados da matéria: o gás e o plasma.
Seria fluida qualquer substância que não se comprima, mas se ajusta à forma do recipiente, porém a fricção interna entre as camadas do fluido difere muito nestas substâncias. Umas podem se classificar como muito viscosas, como o mel, enquanto outras, como a água, são menos viscosas, embora estejam distantes do limite inferior.
No hélio resfriado até o estado líquido uma fração se converte em um superfluido de viscosidade zero, porém isso é insuficiente para considerar este gás estelar como um fluido "perfeito", segundo os físicos.
Os pesquisadores optaram por esfriar dois milhões de átomos de lítio-6 em um recipiente cilíndrico até quase o zero absoluto para reduzir ao mínimo a fricção, inclusive quando os lasers maximizaram o número de colisões entre partículas, e manter o elemento metálico em estado gasoso com uma densidade uniforme.
Assim, a -459,67 graus Celsius, foi possível conseguir a esperada "perfeição" e colocar à prova suas propriedades físicas, como a capacidade de transmitir o som.
Desta maneira, se buscou as ressonâncias acústicas, uma amplificação na onda sonora que é produzida quando sua frequência coincide com a frequência da vibração natural do ambiente.
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