Cientistas descobrem predisposição genética para forma grave de COVID-19

© REUTERS / Callaghan O'hareProfissionais de saúde se preparam para dar alta a paciente que estava em quarentena depois de possível exposição ao novo coronavírus em hospital de Lakin, Kansas, EUA, 19 de novembro de 2020
Profissionais de saúde se preparam para dar alta a paciente que estava em quarentena depois de possível exposição ao novo coronavírus em hospital de Lakin, Kansas, EUA, 19 de novembro de 2020 - Sputnik Brasil
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Análise de bibliotecas de proteínas e metabólitos ligados a diferentes regiões de genoma humano revelou fatores que aumentam o risco da forma grave de COVID-19.

Pesquisadores do Centro Médico Beth Israel Deaconess em Boston, EUA, revelaram como as variações genéticas estão ligadas à gravidade da doença COVID-19. Para isso eles usaram sua própria base de dados de proteínas e metabólitos humanos que criaram durante dez anos, publicando os resultados do estudo na revista New England Journal of Medicine.

Embora doenças cardiovasculares e metabólicas sejam fatores de risco de maior gravidade da COVID-19, não se sabe por que algumas pessoas têm doença grave, enquanto outras têm COVID-19 assintomática.

Os autores do estudo analisaram os genomas de 4.856 pacientes da China, Europa e EUA, que sobreviveram ao coronavírus, e descobriram variações em duas regiões que determinam a gravidade da doença.

Depois identificaram quais proteínas codificam essas regiões do genoma e que papel desempenham no organismo no contexto da doença.

Uma das duas regiões do genoma é ligada ao antígeno CD209, a proteína que o vírus SARS-CoV-2 usa para danificar as células do organismo humano.

"Os cientistas encontram cada vez mais frequentemente 'pontos quentes' do genoma relacionados a doenças, mas frequentemente não é claro como eles impactam no mecanismo da doença", comentou Robert Gerszten, chefe do estudo, diretor do departamento de medicina cardiovascular do Centro Médico Beth Israel Deaconess e professor da Escola Médica da Harvard.

"Usamos nossa base de dados enorme, mais de 100 terabytes de dados, para determinar muito rápido que a proteína mais expressada nesta região é correceptora do vírus que causa COVID-19, sugerindo que isso poderia ser alvo de intervenções terapêuticas. Os chamados coquetéis de anticorpos disponíveis atualmente em geral têm como alvo proteínas peplômeros. Por sua vez, nosso estudo identifica a quais proteínas no corpo humano se conecta o SARS-CoV-2 e outros coronavírus", explicou Gerszten.

A segunda região de genoma identificada pelos pesquisadores é ligada à proteína mal estudada CVCL16, uma quimiocina inflamatória que, segundo cientistas, atrai células imunológicas, linfócitos, para as áreas infectadas.

Os resultados obtidos permitirão determinar o caminho para criação de novos métodos de intervenção terapêutica para os pacientes com COVID-19 na forma grave, esperam os pesquisadores.

No entanto, os resultados do estudo ainda não podem ser usados, dado que é preciso estudar todas as complicações possíveis, sublinham os cientistas.

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