Estudo sugere 'aplicação' inesperada para buracos negros

© Foto / Pixabay / skeezeConcepção artística de buraco negro supermassivo
Concepção artística de buraco negro supermassivo - Sputnik Brasil
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Estudo mostra que colisões entre partículas podem ocorrer em buracos negros e seriam capazes de produzir grandes quantidades de energia.

Buracos negros se formam, comumente, quando enormes estrelas colapsam e são poderosos motores de gravidade capazes de puxar objetos tão intensamente que estes não conseguem escapar. Pesquisador da Universidade Karazin, Ucrânia, sugere que essa atração gravitacional pode ser utilizada para criar aceleradores de partículas fora da Terra. O estudo foi publicado no portal de pré-impressão arXiv e deve em breve ser publicado também na revista científica Physical Review D.

O cientista Oleg Zaslavsky, autor do artigo, ressalta que seria preciso configurar tudo cuidadosamente para que as partículas não fossem engolidas para sempre pelos buracos negros, relata o portal Live Science.

Ladeira abaixo

Teoricamente, uma partícula que comece a cair em um buraco negro vai acelerar como se fosse uma bola rolando ladeira abaixo. Se duas partículas se aproximam de um buraco negro, cada uma recebe um grande aumento de energia.

CC BY 2.0 / Observatório Europeu do Sul / Representação artística de um buraco negro na galáxia NGC 3783Impressão artística sobre o entorno do buraco negro supermassivo na galáxia NGC 3783
Estudo sugere 'aplicação' inesperada para buracos negros - Sputnik Brasil
Impressão artística sobre o entorno do buraco negro supermassivo na galáxia NGC 3783
Dessa forma, se as partículas tiverem a combinação exata de velocidade e direção, serão capazes de ricochetear uma na outra, o que faria uma delas ser engolida pelo buraco negro, enquanto a outra contornaria a borda em direção a uma faixa segura da atração do buraco negro.

Este acelerador de partículas funcionaria ainda melhor para buracos negros em rotação. Devido ao seu giro extremo, esses corpos celestes podem girar no espaço-tempo ao redor do horizonte de eventos (o limite antes do buraco negro engolir o objeto), permitindo que mais partículas não sejam engolidas.

Buracos negros extremos

A pesquisa foi realizada visando os buracos negros extremos, que só existem teoricamente. Mas o estudo garante que os buracos negros reais, que são muito mais massivos do que os buracos negros extremos, também podem ser capazes de acelerar partículas de maneira útil.

Infelizmente, uma vez que as colisões entre as partículas precisam ocorrer perto do ponto de não-retorno para alcançar tais energias insanas, quando as partículas escapam do corpo celeste têm de lutar contra a gravidade quase avassaladora do buraco negro, o que vai fazer as partículas desacelerem antes que escaparem ilesas.

De qualquer forma, o estudo mostra que as colisões de alta energia podem ocorrer em torno de buracos negros em rotação sem chegar muito perto do horizonte de eventos, o que significa que as partículas podem ser aceleradas.
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