Uma equipe de pesquisadores dos EUA e da China achou um candidato a planeta localizado em outra galáxia, em uma região de intensa atividade caótica. Os astrônomos estimam que esse exoplaneta distante é um pouco menor que Saturno e orbita um sistema estelar binário, que consiste em uma estrela massiva e um buraco negro ou estrela de nêutrons.
"M51-ULS-1b é o primeiro candidato a planeta a ser encontrado porque produz um eclipse completo e de curta duração de uma fonte de raio X brilhante", lê-se no estudo, que foi publicado recentemente no repositório arXiv.
Trânsito de raios X
Normalmente, as descobertas de exoplanetas são feitas detectando trânsitos: planetas que passam na frente das estrelas. Quando um planeta transita por uma estrela, um telescópio espacial pode monitorar a queda no brilho da estrela.
Neste caso, porém, os astrônomos observaram o trânsito de raios X. O sistema binário está emitindo raios X para o espaço, o que sugere que seu buraco negro ou estrela de nêutrons está consumindo uma estrela próxima.

"A descoberta do M51-ULS-1b estabeleceu que galáxias externas hospedam planetas candidatos […]. Também demonstra que o estudo de trânsito de raios X pode revelar a presença de sistemas invisíveis, que também incluirão anãs marrons e estrelas de baixa massa", afirma a equipe de astrônomos.
Primeiro planeta extragaláctico?
Agora, de acordo com o estudo, há duas possibilidades. A primeira é que M51-ULS-1b é de fato um planeta. Todavia, para confirmar essa hipótese é preciso aguardar para ver se ele vai continuar a passar pelo mesmo ponto em intervalos de tempo constantes, o que pode levar décadas, uma vez que M51-ULS-1b orbitaria sua estrela à mesma distância que Saturno orbita o Sol, que demora 10.760 dias para dar uma volta completa em torno do Sol.
A outra possibilidade é que M51-ULS-1b seja apenas um corpo celeste que estava de passagem pela galáxia e nunca mais volte a aparecer.
De qualquer forma, os astrônomos estão empolgados. "Descobrir e estudar planetas extragalácticos e outros pequenos objetos em galáxias externas pode estabelecer conexões e contrastes com o ambiente do Sol na Via Láctea, fornecer informações sobre a evolução mútua das órbitas estelares e binárias e expandir o domínio dentro do qual podemos pesquisar extraterrestres vida", concluem os pesquisadores.
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