À primeira vista, o mosaico de 16 metros quadrados parece representar cenas da mitologia grega, com o deus Zeus e Cassiopeia, a mãe da princesa Andrômeda, além de faunos. Todavia, o verdadeiro significado do desenho iludiu arqueólogos por quase 40 anos.
Na verdade, "este mosaico é uma polêmica anticristã ilustrada em um período de crescente dominação dos seguidores da fé cristã", garante ao tabloide Express o arqueólogo Marek Olszewski, do Departamento de Arqueologia da Universidade de Varsóvia, Polônia.
O século IV, período em que o mosaico foi produzido, marcou uma época de grande desenvolvimento para os seguidores de Jesus Cristo. Mas nem todo mundo estava aceitando a nova fé durante esses tempos, como demonstram as ilustrações.
O arqueólogo polonês defende que o mosaico faz uso de alegoria, analogia e personificação para salientar o cristianismo. Por exemplo, argumenta Olszewski, a imagem do deus Dionísio sentado no colo de Hermes é uma zombaria do menino Jesus sentado no colo da Virgem Maria.
Da mesma forma, uma cena que descreve Apolo condenando o fauno Marsias à morte reflete a cena de Pôncio Pilatos condenando Jesus à crucificação. "Todos esses princípios retóricos foram usados nas artes retóricas, mas tiveram um grande impacto em outras artes, incluindo as artes visuais […]. O mosaico é construído sobre os princípios da antítese retórica aos princípios da fé cristã", explica o arqueólogo.

Neoplatonismo
Na opinião de Olszewski, o mosaico provavelmente foi inspirado por um movimento dos séculos III e IV conhecido como Neoplatonismo.
Esse movimento religioso e político era particularmente popular entre a elite da época. E nesse período a administração romana estava cada vez mais rejeitando as velhas crenças pagãs em um movimento em direção ao cristianismo.
Isso levou a muitos confrontos entre pessoas que se apegavam aos seus velhos hábitos e os seguidores de Cristo.
Olszewski acredita que haja mais exemplos de crítica visual ou zombaria por aí e cita mosaicos polêmicos dos séculos III e IV que foram encontrados na Síria.
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