A coroa solar é a parte mais externa da atmosfera do Sol, sendo centenas de vezes mais quente do que a superfície da estrela – um mistério que tem desconcertado astrônomos e físicos por décadas.
O novo estudo, publicado na revista Nature Astronomy, encontrou pela primeira vez provas diretas de que a reconexão de linhas de campo magnético dentro da coroa resulta em rajadas de energia, que podem explicar a alta temperatura.
A superfície do Sol é coberta por campos magnéticos repletos de partículas carregadas que formam características marcantes, como laços coronais. Estes laços conectam-se à superfície dinâmica do Sol, mantendo as linhas magnéticas constantemente carregadas de energia.
Às vezes, as linhas do campo magnético ficam emaranhadas e "entrelaçadas", mas depois separam-se e voltam a encaixar-se em linhas alisadas em um processo conhecido como reconexão. Quando isso acontece, ocorre uma súbita nanoexplosão de energia.
Os pesquisadores perceberam que o processo é acompanhado por gás aquecido, que se move muito rapidamente entre as duas linhas, ocasionando a criação de nanojatos.
A equipe internacional de cientistas conseguiu pela primeira vez detectar nanojatos ao lado de nanoexplosões durante um evento de aquecimento da coroa, identificando diretamente a reconexão magnética como mecanismo de aquecimento.
Os cientístas utilizaram dados e imagens de alta resolução da sonda IRIS necessárias para provar a teoria. Graças às imagens, os pesquisadores identificaram e analisaram uma tempestade de nanojatos rastreando o impacto na temperatura da coroa.