Uma pesquisa composta por uma equipe internacional de pesquisadores do Museu de História Natural da Flórida, Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, Universidade Estadual da Louisiana, todas dos EUA, e a Universidade Maejo, Tailândia, que utilizou tomografia computadorizada e análise de DNA para estudar a estrutura óssea de 29 espécies diferentes da família Balitoridae, descobriu pelo menos 11 espécies de peixe que podem andar em terra.
It’s all in the hips: Scientists used CT scans & a new hillstream loach family tree to pinpoint species that share the cave angel fish’s unusual pelvic shape, providing clues into the evolution of the earliest land-walking vertebrates.
— Florida Museum (@FloridaMuseum) September 8, 2020
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Está tudo nas ancas: os cientistas usaram tomografias computadorizadas e uma nova árvore genealógica dos Balitoridae para identificar as espécies que compartilham a forma pélvica incomum do peixe, fornecendo pistas sobre a evolução dos primeiros vertebrados terrestres.
No total, é estimado que existam mais de 30 mil espécies de peixe em todo o mundo.
Até agora era conhecida uma espécie de peixe que conseguia se movimentar fora d'água, a cega Cryptotora thamicola, descrita pela primeira vez em 1988, cujas costelas avultadas e músculos estabilizadores ajudam as barbatanas a se deslocar na terra como uma salamandra. Os especialistas creem que evoluiu essa capacidade tentando atravessar riachos rápidos de cavernas. O estudo encontrou outras dez espécies com essa capacidade.
Walk this way! Thailand’s cave angel #fish is famous for being able to walk with a salamander-like gait. A new study identifies 10 other fish species that may do the same, based on their similar bone structure.
— Florida Museum (@FloridaMuseum) September 8, 2020
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Caminhe por aqui! O peixe Balitoridae da Tailândia é famoso por ser capaz de caminhar com uma marcha parecida com uma salamandra. Um novo estudo identifica dez outras espécies de peixes que podem fazer o mesmo, com base em suas estruturas ósseas semelhantes.
Os pesquisadores encontraram evidências de que as habilidades haviam sido transmitidas geneticamente, e foram compartilhadas com outros membros da família Balitoridae, sem terem evoluído em uma única fonte. O estudo foi publicado na revista Journal of Morphology.
"Os peixes normalmente não têm nenhuma conexão entre sua coluna vertebral e a barbatana pélvica", informou em comunicado o biólogo e coautor do estudo Zachary Randall, do Museu de História Natural da Flórida.
A chave é a cintura pélvica, que liga a coluna vertebral e a barbatana pélvica, partilhada pelas espécies estudadas, bem como pelas dez que compartilham a mesma conexão óssea que a Cryptotora thamicola.
"O resultado [do estudo] é uma compreensão muito melhor da evolução de um evento extremamente incomum: a capacidade de um peixe de andar em terra", concluiu Lawrence Page, curador de peixes do Museu da Flórida e um dos autores principais da pesquisa.