Canais nas profundezas do mar são encontrados debaixo de geleira na Antártica

© REUTERS / Ueslei MarcelinoIceberg na Antártica
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Segundo os cientistas, os canais, localizados a mais de 800 metros abaixo do nível do mar, resultaram mais profundos do que esperado.

O fundo do mar, ou leito marinho, debaixo da geleira Thwaites, na Antártica ocidental, abriga um grande número de canais através dos quais a água mais quente do oceano poderia chegar até a parte inferior da camada de gelo, segundo estudos publicados na revista The Cryosphere.

A descoberta ocorreu graças a uma expedição conjunta de cientistas dos EUA e Reino Unido que visitou a geleira em 2019. A geleira possui aproximadamente 192.000 quilômetros quadrados e tem dimensões comparáveis com a Grã-Bretanha ou Flórida.

Durante a expedição, os pesquisadores analisaram simultaneamente a camada de gelo desde a superfície até o leito marinho.

Os pesquisadores detectaram que o maior dos canais, que conecta a geleira com a baía de Pine Island, está a mais de 800 metros abaixo do nível do mar e mede 20 quilômetros de largura.

CC BY 2.0 / Jane Embury / AntárticaAntártica (imagem de arquivo)
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Antártica (imagem de arquivo)

Ao mesmo tempo, as áreas inferiores da camada de gelo que estão se desconectando desde 1993 como retrocesso da geleira, contam com numerosas cavidades, de aproximadamente 112 metros em média.

De acordo com comunicado da Prospecção Antártica Britânica (BAS, na sigla em inglês), o autor principal de um dos artigos, Tom Jordan, ressaltou que os canais e cavidades detectados pela expedição "são mais profundos do que o esperado".

"É muito provável que os canais marinhos, junto com o sistema de cavidades adjacentes, sejam a rota pela qual a água quente do oceano passa por baixo da plataforma de gelo até a linha de conexão com o solo, onde o gelo se encontra com o leito marinho", indica o pesquisador.

Por sua vez, a autora principal do estudo, Kelly Hogan, observa que "um bom análogo" do leito debaixo da Thwaites é "o fundo marinho costeiro, que é incrivelmente acidentado".

"Pela primeira vez, temos uma visão clara das vias pelas quais a água quente pode chegar à parte inferior da geleira, provocando o derretimento e contribuindo para o aumento global do nível do mar", afirmou Hogan.

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