Cientistas apontam razão pela qual objetos do Sistema Solar exterior têm órbitas estranhas

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Segundo um estudo realizado pela Universidade do Colorado em Boulder, EUA, as próprias propriedades gravitacionais dos "objetos separados" seriam razão para suas órbitas irregulares.

A região do espaço além do Cinturão de Kuiper, que por sua vez está além do planeta Netuno, pode ter padrões de órbita irregulares devido à gravidade coletiva dos objetos, e não por causa de um hipotético Planeta Nove, afirmam cientistas da Universidade do Colorado em Boulder, EUA.

"Esta região do espaço, que está muito mais próxima de nós do que estrelas em nossa galáxia e outras coisas que podemos observar muito bem, é tão desconhecida para nós", explicou a astrofísica Ann-Marie Madigan, da instituição.

Os objetos estudados não correspondem aos do Cinturão de Kuiper, que se estende um pouco depois da órbita de Netuno, a cerca de 30 unidades astronômicas, até um pouco além do ponto mais distante da órbita de Plutão, a cerca de 55 unidades astronômicas. Uma unidade astronômica (UA) corresponde à distância entre a Terra e o Sol.

Os objetos, em forma de planetas anões, também chamados de sednoides, estão muito mais distantes do Sol. Como exemplo, Leleakuhonua se encontra a 65 unidades astronômicas (cerca de 9,72 bilhões de quilômetros) na sua maior aproximação ao Sol, e se afasta até 2.106 UA (315 bilhões de quilômetros). Já o Sedna varia entre 76 UA e 937 UA, e o FarFarOut foi detectado a 140 UA. São objetos senoides, ou planetas anões

Como o próprio raio de distâncias entre o ponto mais próximo e o mais afastado do Sol indica, os corpos celestes têm órbitas irregulares, com elipses, e em um ângulo inclinado em relação ao plano mais ou menos estável do Sistema Solar. Além disso, os objetos ocasionalmente parecem entrar em alinhamento, sugerindo um impulsionador comum ao fenômeno.

Pesquisadores conduziram uma série de simulações da área além do Cinturão de Kuiper usando um supercomputador para ter em conta as massas coletivas e individuais desses objetos, cujos resultados publicaram em estudo na revista The Astronomical Journal.

Os resultados demonstraram que os objetos não permaneceram ordenados por muito tempo, particularmente em massas coletivas mais altas. Com o passar do tempo na simulação, os objetos começaram a interagir, empurrando e puxando uns aos outros, e se desviando do curso.

Astrônomos têm procurado uma razão para a movimentação caótica desses corpos celestes, chamados de "objetos descolados", com as simulações indicando que é necessária uma grande quantidade de massa para igualar o comportamento dos objetos separados.

"Somos a primeira equipe a ser capaz de reproduzir tudo, todas as estranhas anomalias orbitais que os cientistas têm visto ao longo dos anos", diz Madigan.

No entanto, a tarefa é complicada pela pouca luz dessa região, afastada das luzes das estrelas.

"Você realmente precisa da mais nova geração de telescópios para observar estes corpos", aponta Alexander Zderic, também da Universidade do Colorado em Boulder.

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