Telescópio VLT registrou misterioso desaparecimento de estrela massiva

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Telescópio do Observatório do Sul da Europa (ESO) presenciou um mistério cósmico ao detectar o desaparecimento de uma estrela massiva em uma galáxia 75 milhões de anos-luz distante da Terra.

Com o auxílio do telescópio VLT do ESO, situado no Chile, os astrônomos perceberam que uma estrela instável massiva na galáxia anã Kinman tinha pura e simplesmente desaparecido.

A estrela poderia ter se tornado menos brilhante e ficar parcialmente obscurecida por poeira ou poderia ter colapsado em um buraco negro sem, contudo, dar origem a uma supernova, fenômeno que é considerado como muito raro.

Em um estudo publicado hoje (30) pela Universidade de Oxford, astrônomos apresentaram os resultados de uma pesquisa, efetuada desde 2001, em que estudaram uma estrela massiva misteriosa situada na galáxia anã Kinman e que parecia estar em seu estado final de evolução.

Desaparecimento misterioso

Situada a cerca de 75 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Aquarius, a galáxia anã Kinman está longe demais para que os astrônomos possam observar estrelas individuais, no entanto, podem ser detectadas as assinaturas de algumas delas.

Em 2019, os cientistas se surpreenderam quando, apontando uma vez mais o VLT do ESO à galáxia distante, não vislumbraram a existência da estrela.

"Ficamos surpresos ao ver que a estrela tinha desaparecido sem deixar rastro", afirmou Andrew Allan, o autor principal do estudo.

"Se se confirmar, esta poderia ser a primeira detecção direta de uma estrela gigante terminando sua existência deste modo", acrescentou Allan, dado ser extremamente incomum que uma estrela tão maciça tivesse desaparecido sem um clarão brilhante de supernova.

A observação decisiva ocorreu em agosto de 2019, quando a equipe recorreu ao instrumento ESPRESSO utilizando os quatro telescópios de oito metros do VLT em simultâneo.

No entanto, não foram encontrados nenhuns dos sinais que apontavam anteriormente para a presença da estrela luminosa. Alguns meses mais tarde, o grupo utilizou o instrumento X-shooter, montado também no VLT e outros telescópios ao redor do mundo, de novo em vão.

"É possível que tenhamos registrado o desaparecimento de uma das estrelas mais maciças em nossa área do Universo", observou Jose Groh, coautor do estudo.

Hipóteses avançadas

Com base em suas observações e simulações, os astrônomos propuseram duas explicações possíveis para o desaparecimento da estrela sem uma explosão de supernova.

A explosão pode ter resultado na transformação da estrela variável azul luminosa em uma estrela menos luminosa, que pode também estar parcialmente escondida por poeira.

Outra possibilidade, de acordo com os pesquisadores, seria a estrela ter caído em um buraco negro sem ter havido uma explosão de supernova, evento muito raro. O conhecimento atual relativo ao final de vida das estrelas massivas aponta para que a maioria delas termine sob forma de supernovas.

Os cientistas esperam que os segredos da evolução desta e de outras estrelas massivas sejam desvendados quando o Extremamente Grande Telescópio ELT do ESO ficar operacional, que se prevê que ocorra em 2035, que terá uma resolução suficiente para observar estrelas individuais em galáxias distantes, como a galáxia anã Kinman.

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