Rara perturbação do campo magnético terrestre é detectada por todo o planeta

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Uma rara oscilação do campo magnético da Terra foi detectada em diferentes partes do planeta, mas astrônomos descartam que tenha origem em tempestade solar, devido à baixa atividade do Sol.

Os magnetômetros, dispositivos que mapeiam sinais magnéticos, detectaram uma onda incomum "desde o Havaí até à China", informou o astrônomo Tony Philips.

Os dispositivos da Intermagnet, rede global de observatórios que monitoram o campo magnético do nosso planeta, registraram esta rara atividade inclusive no Círculo Polar Ártico e na Antártica.

A priori, a aparição destas ondas poderia ser explicada como resultado de uma tempestade geomagnética, uma perturbação da magnetosfera da Terra que é produzida quando o vento solar, gerado pelas emissões da massa coronal do astro, atinge a camada que circunda a Terra, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).

No entanto, atualmente o Sol se encontra em um estado tão tranquilo que se poderia afirmar que nos encontramos "no mínimo mais profundo da atividade solar em um século", afirma Phillips, descartando completamente a versão sobre uma tempestade geomagnética.

"Por isso me surpreendeu tanto [...] Durante mais de 30 minutos, o campo magnético oscilou como uma onda sinusoidal", afirmou Stuart Green, que detectou a anomalia.

No mundo da física espacial, o fenômeno que há por trás deste tipo de anomalia é conhecido como "pulsação contínua", explica Phillips.

Durante as fases mais ativas do ciclo de 11 anos do Sol, a "agitação" produzida pelo vento solar na magnetosfera da Terra "se perde facilmente no ruído da atividade geomagnética".

Contudo, durante a "quietude extrema" do ponto mínimo solar, um período regular do ciclo solar quando é registrada uma menor atividade, este tipo de ondas "pode ser ouvido como a queda de um alfinete em uma habitação silenciosa", afirma.

As ondas de pulsação contínua se dividem em cinco categorias, de acordo com a frequência, sendo as observadas nesta terça-feira (23) da categoria cinco (Pc5). As ondas lentas desse tipo foram relacionadas com a perda de partículas dos cinturões de radiação de Van Allen.

Estes cinturões, batizados em honra de James van Allen, seu descobridor, são regiões da magnetosfera terrestre em forma de anel repletas de partículas carregadas de alta energia, originadas em sua maior parte pelo vento solar capturado pelo campo magnético de nosso planeta.

Os cinturões de radiação possuem pouco efeito sobre nós, porém são críticos para as tecnologias espaciais. Os cinturões de Van Allen são afetados pelas tempestades solares e o clima espacial, podendo crescer drasticamente. Quando isso ocorre, podem representar perigo para as comunicações e para os satélites GPS, bem como para os seres humanos no espaço.

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