Nova molécula orgânica é detectada pela 1ª vez no espaço interestelar da Via Láctea

© Foto / NASA/ESAImagem da maior estrela da Via Láctea, capturada pelo telescópio espacial Hubble da NASA
Imagem da maior estrela da Via Láctea, capturada pelo telescópio espacial Hubble da NASA - Sputnik Brasil
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Moléculas orgânicas que formam os alicerces da vida foram detectadas pela primeira vez em uma vasta nuvem no espaço interestelar perto do centro de nossa galáxia.

A nuvem é conhecida como Zona Molecular Central e cativou os astroquímicos por décadas, mas agora as últimas leituras indicam que a zona pode ter um papel maior a desempenhar na ascensão da vida do que se pensava anteriormente.

Os pesquisadores identificaram a presença de propargilamina, considerada um precursor de aminoácidos, um ingrediente crítico no surgimento e evolução da vida orgânica.

"A peculiaridade desta espécie química reside em sua dupla ligação carbono-nitrogênio, o que lhe confere uma alta reatividade [...] que conduz das moléculas mais simples e abundantes no espaço [...] aos aminoácidos mais complexos, os blocos fundamentais de construção da biologia terrestre", explicou o astroquímico Luca Bizzocchi do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre na Alemanha.

Primeiramente, os cientistas estudaram o espectro da propargilimina em laboratório, pois diferentes compostos químicos reemitem radiação eletromagnética em comprimentos de onda específicos, fornecendo um tipo de impressão digital química composta por linhas de absorção e emissão.

Essas "impressões digitais moleculares" são críticas para nossa compreensão da composição química dos sistemas estelares distantes e nos ajudam a desbloquear processos-chave subjacentes à formação do Universo e à própria vida.

© AP Photo / Rob GriffithTuristas observam Via Láctea perto de Broken Hill, na Austrália
Nova molécula orgânica é detectada pela 1ª vez no espaço interestelar da Via Láctea - Sputnik Brasil
Turistas observam Via Láctea perto de Broken Hill, na Austrália

"Quando uma molécula gira no meio interestelar, emite fótons em frequências muito precisas", explicou Bizzocchi. "Essas informações, quando combinadas com dados de radiotelescópios, nos permitem saber se uma molécula está presente nas nuvens moleculares, nos locais de formação de estrelas e planetas."

A equipe comparou suas descobertas laboratoriais com os estudos feitos por um telescópio na Espanha, concentrando-se em uma nuvem específica na Zona Molecular Central.

"Nossa molécula já estava lá", disse o astrofísico Victor M. Rivilla, do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália.

Esse tipo de pesquisa ajuda a preencher lacunas em nosso conhecimento sobre estruturas distantes, como as vastas nuvens de gás que habitam o espaço interestelar, e poderia um dia restringir nossa área de pesquisa enquanto procuramos evidências de vida lá fora entre as estrelas.

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