Cientistas descobrem que bactérias terrestres sobrevivem e se multiplicam no espaço sideral

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Na última década, renovou-se o pensamento sobre missões à Lua, talvez até a Marte. E como companheiros inevitáveis de percurso, viajarão nos corpos dos astronautas, naves espaciais ou equipamentos diversos microrganismos terrestres.

É interesse, assim, da ciência saber como se comportarão esses microrganismos terrestres quando entrarem em contato com ambientes extraterrestres.

Bactérias terrestres sobreviverão no espaço?

A possível capacidade de sobrevivência de microrganismos no espaço foi estudada por pesquisadores da Universidade de Rasboud, da cidade de Nijmegen, na parte centro-leste dos Países Baixos.

Os resultados do estudo foram analisados em 27 de maio pelo portal científico Heritage Daily e indicam que bactérias podem sobreviver a uma "dieta extraterrestre", mas que o seu potencial patogênico é afetado.

Por mais que acuradamente os astronautas e o material sejam descontaminados, não se pode evitar que microrganismos peguem carona para o espaço.

Dado o enorme potencial de adaptabilidade das bactérias, é concebível que elas possam sobreviver a viagens espaciais e que sejam capazes de se estabelecer em um ambiente extraterrestre.

Para este estudo, foram selecionadas quatro espécies bacterianas não exigentes com características patogênicas, incluindo as gram-negativas Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa.

Os pesquisadores elaboraram – com base em nitrogênio, fósforo, enxofre, ferro e água à qual foram adicionados carboidratos encontrados em meteoritos carbonáceos – um regime alimentar específico para as bactérias a fim de determinar se sobrevivência e crescimento delas fora da Terra seriam possíveis.

As quatro espécies bacterianas mostraram sobreviver e se multiplicar com base nesta "dieta" mínima, segundo o Heritage Daily.

Sobrevivem enfraquecidas, mas ainda virulentas

Em experimentos de acompanhamento, cientistas observaram que a adaptação das bactérias, especialmente no caso da Klebsiella pneumoniae, causava mudanças na membrana celular, ou seja, na casca da célula.

Em resultado, o sistema imunológico reagiu mais fortemente às bactérias, podendo afirmar que as bactérias se tornam mais imunogênicas, apuraram os cientistas.

Pesquisas em cultura celular, mas também em ratos, mostraram que as bactérias conseguem sobreviver com recurso a nutrientes extraterrestres, mas tornam-se menos virulentas em virtude dessa adaptação necessária.

Ao mesmo tempo, o estudo mostrou que as bactérias, podendo sobreviver nessas condições, permanecem podendo infectar viajantes espaciais, tanto mais que – como outros pesquisadores já demonstraram – uma viagem espacial tem efeitos negativos no funcionamento do sistema imunológico, tornando os astronautas mais suscetíveis a infecções, concluiu o Heritage Daily.

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