Coronavírus estaria se transformando em estirpes mais perigosas? Estudo esclarece

CC BY 2.0 / NIAID-RML / Novel Coronavirus SARS-CoV-2Imagem de microscópio eletrônico de transmissão mostra SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19
Imagem de microscópio eletrônico de transmissão mostra SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19 - Sputnik Brasil
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O vírus que causa a COVID-19 não está se transformando em outros tipos de vírus como foi noticiado anteriormente, de acordo com um novo estudo.

Pesquisa recém-divulgada sugeriu que poderia haver mais de que um tipo de SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, e que a segunda cepa seria mais agressiva, causando danos bem mais graves que a primeira.

Contudo, em estudo publicado pela Universidade de Oxford e divulgado pelo portal Science Focus, cientistas do Centro de Pesquisa de Vírus (CVR) da Universidade de Glasgow, na Escócia, garantem ter detectado apenas um tipo do vírus, depois de analisarem múltiplas amostras do SARS-CoV-2.

Acompanhamento das mutações

Os vírus, incluindo aquele que causa a COVID-19, vão sofrendo mutações em sua sequência genética à medida que se espalham pelas populações.

Pesquisadores opinam que a maioria dessas mudanças não terá efeitos na biologia do coronavírus ou na agressividade da COVID-19, porém o acompanhamento dessas mutações pode ajudar os cientistas a entender melhor a pandemia e como o SARS-CoV-2 está se espalhando pela humanidade.

"Ao analisar a extensa variação da sequência genética presente nos genomas do vírus SARS-CoV-2, a análise evolutiva mostra que as alegações de que vários tipos do vírus estariam circulando atualmente são infundadas", garantiu Oscar MacLean, do CVR e autor principal do estudo, citado pelo portal.

Vale recordar que foi relatado no início deste ano que cientistas haviam encontrado duas ou três estirpes do SARS-CoV-2 circulando na população, como resultado de mutações do vírus.

"É importante que as pessoas não se preocupem com as mutações do vírus, estas são normais e esperadas quando um vírus atinge uma população", acrescentou MacLean, salientando que essas mutações são úteis, porquanto nos permitem "seguir o histórico de transmissão e entender o padrão histórico de propagação global".

© AP Photo / Jon SuperMédica com máscara de proteção contra o coronavírus em hospital de Manchester, no Reino Unido
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Médica com máscara de proteção contra o coronavírus em hospital de Manchester, no Reino Unido

MacLean garante que, após uma análise extensiva, sua equipe determinou que as mutações detectadas provavelmente não têm qualquer significado funcional e o mais importante é que não representam tipos diferentes de vírus.

Os pesquisadores usam um recurso informático do próprio CVR, denominado CoV-GLUE, uma poderosa ferramenta para a genômica do vírus, que contém um banco de dados de substituições, inserções e deleções que foram observadas em sequências coletadas de amostras da pandemia.

Até o momento, o banco de dados já catalogou 7.237 mutações do vírus.

Os cientistas disseram que, embora isto aparente ser um fenômeno de grandes mutações, é na realidade uma taxa de evolução relativamente baixa para um vírus que tem o ácido ribonucleico (RNA) como seu material genético.

Os pesquisadores creem que mais mutações ocorrerão à medida que a pandemia evolua, mas, até então, ainda representam o mesmo tipo de coronavírus.

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