Moradores na Anatólia seriam sepultados em suas próprias casas há 8.000 anos

© REUTERS / Mohamed Abd El GhanyMúmias em sepultura subterrânea na província de Minya, no Egito
Múmias em sepultura subterrânea na província de Minya, no Egito - Sputnik Brasil
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Equipe de arqueólogos poloneses realizou, durante uma pesquisa, a horripilante descoberta no sítio arqueológico de Catalhoyuk, na Turquia, de que seus habitantes eram enterrados em suas próprias casas.

A esta macabra conclusão chegou uma equipe de arqueólogos liderada por Katarzyna Harabasz, professora assistente do Departamento de Arqueologia da Universidade de Szczecin, durante seus trabalhos em Catalhoyukólia, sítio inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Localizado na parte sul da Anatólia, no centro da Turquia, foi habitado sem interrupção por mais de mil anos, entre 7100 e 6000 a.C. Os resultados da pesquisa foram apresentados em um artigo científico publicado no portal Nauka w Polsce.

Alguns dos restos mortais estudados foram encontrados em uma casa que foi usada entre 6.700 e 6.500 a.C. Naquela época, era costume os mortos serem enterrados em casas.

Contudo, faltava determinar se os restos mortais seriam de pessoas que tinham vivido nessas mesmas habitações, ou se eram casas exclusiva e especificamente destinadas a sepultamento de moradores locais.

Os pesquisadores descobriram nos restos mortais de uma mulher, falecida com 35 a 50 anos, vestígios de fuligem orgânica.

"Isto sugere que durante sua vida a mulher inalou fumos de lareira, o que causou carbonose", afirmou Katarzyna Harabasz.

A detecção de lesões pulmonares por inalação de fumo e a existência de uma lareira localizada em um local da casa que impedia boa ventilação pode "indicar que a defunta foi enterrada em sua própria casa", concluiu a arqueóloga.

Os pesquisadores apuraram igualmente que mulher em causa tinha 154 cm de altura e que suas principais ocupações eram fiar e fazer cestas e tapetes.

"Essa hipótese é confirmada por análises antropológicas que mostram desgaste dos dentes superiores da frente, que mostram vestígios de segurar um fio, corda ou materiais orgânicos pelo maxilar superior", disse Harabasz, acrescentando que a senhora sofreu um traumatismo durante sua vida, pois tinha danos cicatrizados visíveis na testa.

Pensa-se que durante o período de maior prosperidade vários milhares de pessoas viveram no assentamento densamente povoado, que ocupava várias dezenas de hectares. Isso provavelmente causou escassez de alimentos, pois alguns dos corpos mostravam sinais de escorbuto ou osteoporose.

Estudos ósseos mostraram igualmente que os homens eram mais móveis, percorriam distâncias maiores e pastavam animais, como evidenciado pelo maior número de lesões articulares em relação às mulheres.

O sítio arqueológico de Catalhoyuk foi adicionado à Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 2012. Os trabalhos da equipe polonesa irão continuar.

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