Tesouro debaixo do gelo: glaciar derretido traz à tona artefatos vikings na Noruega (FOTOS)

© Foto / Roscosmos/Anton ShkaplerovFoto dos Alpes tirada a partir do espaço pelo cosmonauta russo Anton Shkaplerov (imagem referencial)
Foto dos Alpes tirada a partir do espaço pelo cosmonauta russo Anton Shkaplerov (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Mudanças climáticas levam ao recuo das geleiras. Centenas de raros artefatos arqueológicos foram encontradas em vale glaciar, revelados pelo derretimento da geleira de Lendbreen, na Noruega.

Segundo um estudo publicado pela Universidade de Cambridge, os achados contam uma história notável de viagens em alta altitude em um desfiladeiro de montanha pela geleira de Lendbreen, durante a Idade do Ferro romana e da Era Viking.

"Um desfiladeiro de montanha perdida derretendo do gelo é uma descoberta dos sonhos para nós arqueólogos glaciais", afirmou Lars Pilo, autor principal do estudo e codiretor do Programa de Arqueologia Glaciar da Noruega.

​Degelo revela artefatos de vikings perdidos em passagem de montanha

"Em um desfiladeiro como esse, viajantes perderam muitos artefatos que congelaram com o tempo pelo gelo. Esses artefatos de materiais orgânicos incrivelmente bem preservados têm grande valor histórico", afirmou o arqueólogo.

Algumas das centenas de descobertas de Lendbreen derivam do transporte propriamente dito através do desfiladeiro, como ferraduras, ossos de cavalos de carga, restos de trenós e até mesmo uma bengala com inscrições em alfabeto rúnico.

Notícia: degelo de glaciares revela passagem de montanha perdida em Lendbreen, Noruega. Artefatos metálicos, têxtis e de uso em cavalos mostram que passagem foi usada desde a Idade do Ferro até a Era Viking.

Outros achados são itens da vida diária, descartados por viajantes, como uma faca com cabo de madeira preservada, uma roca de fiar lã e um batedor de madeira. Também foram descobertos restos de roupas que incluíam uma túnica da Idade do Ferro romana, uma luva sem dedos da Era Viking e sapatos. Há ainda muitos objetos cuja função ainda não foi determinada.

"A preservação dos objetos que emergem do gelo é simplesmente impressionante", diz Espen Finstad, coautor do estudo e codiretor do programa Arqueologia Glaciar norueguês.

"É como se tivessem sido perdidos há pouco tempo, não há séculos ou milênios", afirmou.

Sessenta dos achados de Lendbreen já foram datados por radiocarbono. Eles mostram quando o desfiladeiro foi utilizado, quando o tráfego estava no seu ponto mais intenso e quando diminuiu.

Preservado na neve e no gelo desde a Era Viking. Sapato feito em uma peça com couro não curtido com pelo (possivelmente de bode) na cobertura. Encontrado em Lendbreen em Oppland, Noruega.

A datação permitiu que pesquisadores determinassem que o desfiladeiro era usado principalmente no final do inverno e no começo do verão do Hemisfério Norte, quando o terreno acidentado estava coberto por neve.

"As datas de radiocarbono nos artefatos mostram que o tráfego pelo desfiladeiro começou na Idade do Ferro romana por volta de 300 d.C., atingindo um pico na Era Viking por volta de 1000 d.C., declinando depois disso", concluiu o autor e parceiro do programa arqueológico, James J. Barret.

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