Testes nucleares da Guerra Fria revelam idade do maior peixe do mundo

© AP Photo / Henry WalcottTubarão-baleia (Rhincodon typus)
Tubarão-baleia (Rhincodon typus) - Sputnik Brasil
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Anteriormente, biólogos tinham dificuldade para determinar a idade de tubarões-baleia, pois estes não possuem otólios, estruturas ósseas tradicionalmente usadas para obter informações sobre a idade de peixes.

A descoberta, publicada na Frontiers in Marine Science, sustenta teorias bem estabelecidas de que esta espécie tem uma longa expectativa de vida.

Doutor Mark Meekan, do Instituto Australiano de Ciência Marinha, que liderou a equipe internacional de pesquisadores do projeto, salientou que modelos anteriores sugeriam que tubarões-baleia podem viver até 100 anos.

Contudo, enquanto o conhecimento científico sobre os movimentos, comportamento, conectividade e distribuição desta espécie aumentou "drasticamente" ao longo da última década, informações simples como a idade, longevidade e mortalidade permanecerem "amplamente desconhecidas".

"Nosso estudo demonstra que tubarões adultos podem, de fato, alcançar idades avançadas e que longas expectativas de vida são uma característica da espécie. Agora, nós acrescentamos uma outra peça do quebra-cabeça", comenta Meekan.

Os maiores peixes do mundo possuem vértebras com segmentos em forma de anéis, que se pensa aumentarem em número com o passar do tempo. No entanto, a frequência com que este fenômeno ocorre permanece desconhecida.

© AFP 2023 / Don EmmertVisitantes observando um tubarão-baleia no Aquário da Geórgia, nos EUA (foto de arquivo)
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Visitantes observando um tubarão-baleia no Aquário da Geórgia, nos EUA (foto de arquivo)

Para responder a esta questão, os pesquisadores decidiram usar uma ideia inovadora, explorando o legado radioativo da corrida nuclear da Guerra Fria. De 1955 a 1963, bombas atômicas lançadas em testes dobraram o volume do isótopo de carbono-14 na atmosfera.

O isótopo gradualmente entrou na pirâmide alimentar, produzindo elevados graus de concentração do carbono-14, que penduram nos dias de hoje. Este radioisótopo também decai em um ritmo constante. Portanto, a acumulação de contaminação ocorrida em determinado momento será ligeiramente maior do que em um segmento idêntico mais recente.

O carbono-14 tem sido usado por arqueólogos e historiadores para datar artefatos e ossos antigos. Os pesquisadores mediram os níveis de carbono-14 nos segmentos de crescimento em dois tubarões-baleia. As análises revelaram que um dos espécimenes tinha 50 anos no momento de sua morte.

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