Astrônomos detectam oxigênio fora da Via Láctea pela 1ª vez

© REUTERS / NASATelescópio Espacial Hubble da NASA encontra dois buracos negros supermassivos na galáxia Markarian 231 (imagem de arquivo)
Telescópio Espacial Hubble da NASA encontra dois buracos negros supermassivos na galáxia Markarian 231 (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil
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Uma equipe de cientistas descobriu pela primeira vez oxigênio molecular fora da Via Láctea, na galáxia Markarian 231, localizada a 580 milhões de anos-luz da Terra.

Usando o radiotelescópio IRAM de 30 metros (na Espanha), os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências realizaram observações espectrais da galáxia Markarian 231 – estudaram as ondas absorvidas ou emitidas por moléculas específicas, e encontraram entre elas a assinatura espectral do oxigênio.

Fora do Sistema Solar, o oxigênio só foi diagnosticado duas vezes – uma área do espaço onde o oxigênio molecular foi previamente encontrado é a nebulosa de Orion.

As medições dos cientistas mostraram que na galáxia de Markarian 231 o conteúdo de oxigênio, comparado ao hidrogênio, era cerca de 100 vezes maior do que na nebulosa de Orion, de modo que a galáxia poderia ser submetida a uma versão mais intensa do mesmo processo de clivagem das moléculas.

Oxigênio molecular extragaláctico

A Markarian 231 é uma galáxia espiral com núcleo ativo, que contém o quasar mais próximo que conhecemos e pode conter um enorme buraco negro. O núcleo ativo da galáxia contribui para a saída de moléculas, criando um efeito de choque contínuo que pode levar à separação do oxigênio da água. Portanto, os pesquisadores chineses procuraram propositadamente oxigênio no espectro desta galáxia.

© AFP 2023 / HO / ESONebulosa de Orion captada usando Wide Field Imager pelo telescópio MPG/ESO 2.2-metros do Observatório La Silla no Chile
Astrônomos detectam oxigênio fora da Via Láctea pela 1ª vez - Sputnik Brasil
Nebulosa de Orion captada usando Wide Field Imager pelo telescópio MPG/ESO 2.2-metros do Observatório La Silla no Chile

Junzhi Wang, chefe da pesquisa publicada na Astrophysical Journal, explica que a emissão detectada de oxigênio está localizada em áreas a cerca de 32.615 anos-luz do centro da galáxia Markarian 231 e pode ser causada pela interação entre o fluxo molecular ativo, controlado pelo núcleo da galáxia, e as nuvens moleculares do disco externo.

"Esta primeira detecção de oxigênio molecular extragaláctico fornece uma ferramenta ideal para estudar os fluxos moleculares impulsionados por núcleos galácticos ativos em escalas de tempo dinâmicas de dezenas de milhões de anos", acrescentou o cientista.

Os autores do estudo observam que na galáxia Margaryan 231 o oxigênio molecular é cerca do dobro do que na nebulosa de Orion.

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