A teoria do Big Bang sugere que a matéria e a antimatéria foram criadas em quantidades iguais, porém, nossa existência contradiz essa hipótese. Teoricamente, se existisse uma porção igual de matéria e de antimatéria, elas teriam se unido e destruído em uma explosão de energia, provocando uma aniquilação total, explica a equipe internacional de físicos em um estudo publicado na revista Physical Review Letters.
Segundo os autores do estudo, para evitar a destruição, o Universo pode ter convertido uma pequena quantidade de antimatéria em matéria, gerando um desequilíbrio entre elas.
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Tanto a matéria quanto a antimatéria possuem cargas elétricas opostas, não podem ser convertidas uma na outra, a menos que tenham carga neutra. Os neutrinos são as únicas partículas de matéria com carga elétrica neutra e os cientistas consideram que o Universo passou por uma "transição de fase" para que os neutrinos pudessem reorganizar a matéria e a antimatéria.
A "transição de fase" é como "ferver água até que se evapore ou esfriá-la até que se converta em gelo", explica Hitoshi Murayama, professor de física na Universidade da Califórnia.
"O comportamento da matéria muda a temperaturas específicas, chamadas de temperaturas críticas. Quando um metal se esfria a muito baixas temperaturas, perde completamente sua resistência elétrica devido a uma 'transição de fase', convertendo-se em um supercondutor [...] A 'transição de fase' no Universo primitivo pode ter criado um tubo fino de campos magnéticos, chamados de cordas cósmicas", adicionou.
Segundo algumas teorias, as cordas cósmicas permeiam o Universo, de uma forma semelhante ao que ocorre quando se formam gretas no gelo durante a congelação. Essas cordas haveriam dado aos neutrinos o impulso necessário para mudar as cargas elétricas, mesmo que até o momento não haja evidências disso.
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Acredita-se que as cordas cósmicas foram formadas rapidamente depois da "transição de fase", e que tudo isso teria tido lugar aproximadamente dentro do primeiro milhão de anos da existência do Universo.
No entanto, as cordas cósmicas teriam deixado rastros de ondas gravitacionais no espaço-tempo, que poderiam ser detectados futuramente por telescópios mais avançados.