Como se estivessem vivos: os animais pré-históricos encontrados no permafrost russo

© Sputnik / Vitaly Ankov / Acessar o banco de imagensMamute Yuka encontrado em Yakútia, na costa do mar de Laptev, Rússia
Mamute Yuka encontrado em Yakútia, na costa do mar de Laptev, Rússia - Sputnik Brasil
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Após inúmeras falhas na tentativa de isolar o DNA completo de restos de animais pré-históricos bem preservados, os cientistas acreditam que outras criaturas encontradas na região russa de Yakútia poderiam fornecer material suficiente para extrair informação genética.

O primeiro mamute congelado foi descoberto na república de Yakútia em 1799. Posteriormente, a comunidade que vivia no rio siberiano Lena descobriu o fóssil de um enorme mamute lanoso, cujos restos preservados se encontram agora no museu Kunstkamera em São Petersburgo.

Mamutes bem preservados

Dezenas de descobertas semelhantes a essa foram feitas durante este período. A múmia mais bem conservada de uma jovem fêmea Mammuthus primigenius, que viveu há 28 mil anos, foi descoberta em 2011 na costa sul do mar de Laptev, também em Yakútia.

O animal tinha 1,65 metros de altura e o seu corpo, desde a base da tromba até à cauda, tinha pouco mais de dois metros de comprimento. Sua lã era vermelha, e sua pele, tecidos moles e até mesmo o cérebro estavam praticamente intactos.

Subsequentemente, os cientistas encontraram estruturas com componentes proteicos nucleares na medula óssea e nos tecidos moles do mamute, a que chamaram Yuka. A análise revelou que os núcleos das células musculares estavam mais bem preservados. Os pesquisadores transplantaram-nos para óvulos de camundongos e cinco deles mostraram "sinais de atividade biológica".

© Sputnik / Vitaly Ankov / Acessar o banco de imagensMamute Yuka encontrado em Yakútia, na costa do mar de Laptev, Rússia
Como se estivessem vivos: os animais pré-históricos encontrados no permafrost russo - Sputnik Brasil
Mamute Yuka encontrado em Yakútia, na costa do mar de Laptev, Rússia

Os cientistas esperam que, se for possível detectar núcleos celulares de melhor qualidade, o experimento possa ser repetido.

Leões das cavernas

Há milhares de anos, em Yakútia viviam enormes leões das cavernas Panthera leo spelaea, que pesavam cerca de 260 quilos e atingiam dois metros de comprimento.

Os dois primeiros leões, recém-nascidos, foram encontrados em 2015 na margem do rio Uyandina, na Rússia. Entretanto, outros dois foram descobertos em setembro de 2017 e em 2018 perto da bacia do rio Indigirka.

Os primeiros felinos estiveram enterrados 47 mil anos, mas graças ao frio até os seus órgãos internos ficaram preservados. Depois de analisados, os cientistas não encontraram quaisquer nutrientes, particularmente o leite materno, nos seus organismos, o que indicaria que a leoa muito provavelmente abandonou as crias logo após o nascimento.

© Sputnik / Vitaly Belousov / Acessar o banco de imagensFilhotes de leão mumificados encontrados em 2017-2018 em Yakútia, na Rússia
Como se estivessem vivos: os animais pré-históricos encontrados no permafrost russo - Sputnik Brasil
Filhotes de leão mumificados encontrados em 2017-2018 em Yakútia, na Rússia

Os outros dois leões, de 43 e 28 mil anos respectivamente, morreram com duas ou três semanas de idade.

Clone de espécie extinta

Em 2018, no distrito de Verkhoyansk, em Yakútia, escavaram uma carcaça completa do cavalo de Lena, desaparecido há muitos séculos, que estava no permafrost há 42 mil anos. Segundo os cientistas, o potro viveu cerca de duas semanas. No seu estômago foi encontrada muita lama e lodo, que ele engoliu antes de morrer. A mistura congelou rapidamente, por isso o corpo ficou bem preservado.

Os cientistas conseguiram extrair amostras de sangue líquido dos vasos do coração. Eles esperavam isolar células viáveis que pudessem ser usadas para sequenciar o genoma e clonar a espécie extinta.

Lobo ou cão?

Três múmias de cães pré-históricos foram encontradas no permafrost na mesma região russa. Duas descobertas foram feitas em 2011 e 2015 na margem do rio Salakh, perto da povoação de Tumat. São cachorros da mesma ninhada que viveram no máximo três meses e morreram muito provavelmente como resultado de um deslizamento de terra.

Os animais perfeitamente preservados estiveram no solo congelado durante 12,5 mil anos. Graças a uma ressonância magnética, os cientistas viram o cérebro intermediário, o cerebelo e a glândula pituitária.

​​Nós agora temos algumas novidades sobre o filhote de lobo ou cachorro de 18 mil anos. Análise do genoma revelou que é um macho, então pedimos aos colegas russos que deem um nome. Sendo assim, o nome do filhote é Dogor! Dogor é uma palavra de Yakútia que significa "amigo", o que parece muito apropriado

Em 2018, no distrito de Aby, em Yakútia, os habitantes locais encontraram o corpo de um filhote de cachorro de cerca de 18 mil anos de idade. Os pesquisadores não conseguiam perceber pela aparência se o animal pré-histórico era um lobo ou um cão.

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