Oceanos cada vez mais ácidos podem corroer dentes e escamas dos tubarões, aponta estudo

CC BY-SA 3.0 / Albert kok / Tubarão-tigre (imagem ilustrativa)
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Acidificação dos oceanos pode corroer e desgastar dentes e escamas dos tubarões, revela estudo.

Há cada vez mais evidências de que a acidificação dos oceanos tem um impacto profundo na biologia, morfologia, comportamento e fisiologia dos animais marinhos.

A acidificação é um processo provocado pelas alterações climáticas resultante da atividade humana. De acordo com este conceito, os resultados de uma recente pesquisa mostram que os tubarões, um dos predadores mais impressionantes do mundo, podem perder a sua posição do topo da cadeia alimentar marinha devido ao aquecimento e acidificação dos oceanos.

A investigação, liderada por cientistas da Universidade de Stellenbosch, África do Sul, descobriu que, à medida que os níveis de acidez da água aumentam, os dentes e as escamas dos tubarões começam a ficar desgastados, comprometendo a sua capacidade de caçar e se alimentar.

A fim de estudar os efeitos da exposição a longo prazo à água acidificada, o grupo de cientistas capturou nas águas da Cidade do Cabo um conjunto de tubarões-gato (Haploblepharus edwardsii), uma pequena espécie endêmica da costa sul-africana cujo numero populacional não está ameaçado.

Os investigadores levaram os peixes para um aquário, onde se aclimataram durante quatro meses. Mais tarde, os tubarões foram divididos em 2 grupos: o de controle e o experimental.

Os animais de controle permaneceram em um aquário com um nível de pH de 8.1, que coincide com o do oceano, enquanto o outro grupo foi exposto a uma redução gradual de pH que chegou a 7.3, nível que a água do oceano alcançará se as emissões de dióxido de carbono continuarem.

Passadas nove semanas, uma análise por microscopia eletrônica revelou que a concentração de cálcio e fosfato nas escamas dos tubarões fora significativamente reduzida. Aproximadamente 25 % das escamas do grupo experimental estavam corroídas, em comparação com apenas 9 % do grupo de controle.

Os autores do estudo concluem que este efeito indica que a corrosão pode tornar mais fraca a capacidade protetora da pele dos tubarões e, em espécies de águas abertas como o tubarão-branco, reduzir sua capacidade de nadar e de se alimentar.

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