A corporação espacial russa Roscosmos está elaborando o projeto lunar para ser executado já nos próximos anos. Dentre as propostas apresentadas, está a instalação de uma base lunar permanente, que poderá integrar um "sistema global para monitorar asteroides e cometas" que representem uma ameaça para nosso planeta.
"O local escolhido para a base é o polo sul da Lua, que reúne relevo e condições favoráveis: luz suficiente para os painéis solares, crateras constantemente sombreadas com reservas de gelo para combustível e matéria-prima", explicou o diretor executivo para projetos avançados e científicos da Roscosmos, Aleksandr Bloshenko.
Segundo Bloshenko, Rússia não deveria esperar que a base gere lucros comerciais. Por outro lado, os ganhos científicos advindos do estudo do satélite lunar e do espaço são intangíveis, reportou a RT.
Parte da base poderá ser conectada a naves localizadas em pontos de Lagrange entre a Terra e o Sol para formar um sistema terrestre de alerta contra asteroides.
Além disso, a base será um local seguro para testar novas tecnologias espaciais, como os reatores nucleares de pequena escala que a Rússia desenvolve e tecnologias na área de robótica.
Aliás, a robótica é parte fundamental do projeto, uma vez que a equipe permanente da futura base lunar será constituída exclusivamente por robôs. Pessoas "de carne e osso" farão visitas esporádicas "para realizar tarefas que os robôs não são capazes de executar", explicou Bloshenko.
Recentemente, a Rússia enviou o robô Skybot F-850, controlado remotamente, para a Estação Espacial Internacional (EEI). Para Bloshenko, tratou-se de uma experiência preliminar que ainda não revela como serão os futuros habitantes da estação lunar.
"Praticamente já escolhemos a plataforma para os futuros sistemas robóticos planetários. Será um carrinho de rodinhas, que poderá tanto rolar quanto ultrapassar obstáculos. Outro design conceitual é um robô, semelhante a um centauro, instalado em um carrinho para realizar tarefas planetárias complexas", elaborou.
A Roscosmos está revendo suas prioridades, para alocar tanto o aprimoramento da EEI, quanto o projeto lunar, em seu orçamento.
O CEO da empresa, Dmitry Rogozin, anunciou que módulos novos projetados para a EEI poderão ser relocados para a futura base lunar russa.
"O tempo operacional da EEI é claro, até 2028. Em contrapartida, a vida útil dos módulos é de 15 a 20 anos. Vale a pena enviá-los [para a EEI] por três a quatro anos e depois retirá-los de operação com a estação inteira? Não tenho tanta certeza assim", explicou Rogozin.
A Roscosmos desenvolve dois módulos adicionais para a EEI: um módulo chamado NEM, que terá laboratórios e geradores de energia solar, e um módulo nodal de atraque Prichal, ambos previstos para serem lançados no início de 2020.
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