Vibrações em estrelas de nêutrons ajudam astrônomos a repensar idade da Via Láctea

CC BY-SA 4.0 / University of Warwick/Mark Garlick / Fusão de duas estrelas de nêutrons (imagem ilustrativa)
Fusão de duas estrelas de nêutrons (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil
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Cientistas usaram o brilho das estrelas em forma de tremores para estimar uma nova idade da nossa galáxia.

Enquanto o satélite Kepler da NASA estava procurando exoplanetas nos céus, acabou observando cuidadosamente o brilho de uma estrela influenciado por um planeta, relata um artigo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A missão de Kepler já foi finalizada, mas os dados recolhidos continuam dando frutos. Cientistas, liderados por pesquisadores do Centro de Excelência ARC para a Astrofísica de Todos os Céus em 3D (Astro 3D, na sigla em inglês), de Sydney, Austrália, utilizaram os dados para estimar a idade das estrelas e, por conseguinte, também a data de nascimento da galáxia.

© Foto / Gabriel Pérez Díaz, SMM (IAC)Reprodução em imagem do nascimento da absorção de uma galáxia anã pela Via Láctea há 10 bilhões de anos.
Vibrações em estrelas de nêutrons ajudam astrônomos a repensar idade da Via Láctea - Sputnik Brasil
Reprodução em imagem do nascimento da absorção de uma galáxia anã pela Via Láctea há 10 bilhões de anos.

A pesquisa descreve como os tremores em estrelas no "disco espesso" da Via Láctea lhes proporcionaram uma estimativa mais precisa da idade da galáxia: 10 bilhões de anos.

"Esta descoberta esclarece um mistério", disse ao portal Phys.org o autor principal, Sanjib Sharma, do Astro 3D e da Universidade de Sydney, Austrália. "Dados anteriores sobre a distribuição etária das estrelas no disco não concordavam com os modelos construídos para descrevê-lo, mas ninguém sabia onde estava o erro, se nos dados ou nos modelos. Agora temos certeza de que o encontremos", acrescentou.

O erro estaria em estrelas de nêutrons, nos núcleos ultradensos de estrelas que morreram, e nas violentas correções periódicas em seus campos magnéticos extremamente poderosos.

Terremotos de estrelas

"Os terremotos geram ondas sonoras dentro das estrelas que as fazem pulsar ou vibrar", explicou o coautor e professor associado Dennis Stello do Astro 3D e da Universidade de Nova Gales do Sul, Austrália. "As frequências produzidas nos dizem coisas sobre as propriedades internas das estrelas, incluindo suas idades. É um pouco como identificar um violino como um estradivário ouvindo o som que ele faz."

O maior terremoto de estrelas já gravado, visto na estrela de nêutrons SGR 1806-20 em 27 de dezembro de 2004, tinha uma frequência de 94,5 Hertz, com um F nítido ligeiramente plano, equivalente à 22ª tecla de um piano, informou o Space.com.

Nesse momento, um intenso clarão de energia que durou um décimo de segundo liberou mais energia do que o nosso Sol emite em 150.000 anos.

Kepler foi lançado em 2009 e desativado no final de 2018, tendo descoberto cerca de 2.600 planetas fora do nosso Sistema Solar.

A segunda metade da vida do satélite, após um acidente, foi recriada como K2, na qual ele usou sua capacidade restante de câmera para observações mais amplas do que antes, como observar as luas de Netuno, o planeta mais distante do nosso próprio sistema.

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