Astrônomos encontram 1ª molécula do Universo

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O hidro-hélio, a primeira molécula formada no Universo, surgiu em uma temperatura de 3.700 graus Celsius, milhares de anos após o Big Bang, tendo sido detectada em uma nébula a três mil anos-luz da Terra.

A molécula mais antiga alguma vez detectada no espaço foi encontrada nesta quarta-feira (17) pela equipe de cientistas responsável por um estudo publicado pela revista Nature. Há mais de um século que os investigadores estudam esta molécula em condições laboratoriais, mas nunca tinha sido observada no espaço.

© Foto / NASA/SOFIA/L. Proudfit/D.RutterImpressão artística da primeira molécula do universo, hidro-hélio, na nebulosa NGC 7027
Impressão artística da primeira molécula do universo, hidro-hélio, na nebulosa  NGC 7027 - Sputnik Brasil
Impressão artística da primeira molécula do universo, hidro-hélio, na nebulosa NGC 7027

A molécula HeH+ surgiu milhares de anos após o Big Bang e por isso, trata-se da primeira molécula formada no início do Universo.

O hidro-hélio provavelmente teve um papel fundamental no início do universo. A união entre um átomo de hélio e um protão é vista como a primeira ligação molecular, bem como o primeiro composto químico.

Segundo os especialistas, a molécula foi detectada em uma pequena nébula de 600 anos, a três mil anos-luz da Terra, na constelação de Cygnus.

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"A falta de provas definitivas de sua existência no espaço interestelar tem sido um dilema para a astronomia por um longo tempo", afirmou o autor principal do estudo, Rolf Gusten, cientista do Instituto Max Planck de Radioastronomia, em Bona.

O maior problema encontrado durante as pesquisas era que as ondas eletromagnéticas emitidas pela molécula estavam em um alcance infravermelho distante, anulado pela atmosfera da Terra, ou seja, não eram detectáveis a partir da superfície terrestre.

Por isso, a NASA e o Centro Aeroespacial Alemão decidiram criar um observatório aéreo, com três componentes principais: um telescópio gigante de 2,5 metros de comprimento, um espectrômetro de infravermelhos e um Boeing 747 suficientemente grande para carregá-los.

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De uma altitude de quase 14.000 metros, o observatório Estratosférico de Astronomia de Infravermelhos (SOFIA) recolheu diversos dados em 2016. O telescópio transportado pela aeronave captou imagens de alta resolução.

Esses dados continham a evidência molecular que a equipe responsável pelo estudo procurava há tempos, entrelaçada na nebulosa planetária conhecida como NGC 7027.

Além disso, a boa qualidade das imagens permitiu distinguir a luz do hidro-hélio de outras moléculas semelhantes existentes na nebulosa planetária.

"A descoberta do HeH+ é uma demonstração dramática e bela da tendência da natureza a formar moléculas", afirmou David Neufeld, coautor do estudo, que considera a molécula como o "começo da química".

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