Químico do Brasil preza Tabela Periódica, criada por russo e celebrada pelos seus 150 anos

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Basta bater o olho nas linhas e colunas em formato de escadas e planos para saber que se trata de uma Tabela Periódica dos Elementos Químicos. Presente em todos os laboratórios de química ao redor do mundo e terror dos estudantes do ensino médio, a tabela foi homenageada pela ONU no seu aniversário de 150 anos.

A celebração declarou 2019 como o Ano da Tabela Periódica como forma de reconhecê-la como uma das conquistas mais influentes da ciência moderna, que reflete a essência não apenas da química, mas também da física, biologia e de outras áreas das ciências puras.

Nesses 365 dias, as Nações Unidas comemoram um século e meio da descoberta do Sistema Periódico de 1869 de autoria do russo Dmitri Mendeleev.

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Nascido no dia 8 de fevereiro de 1834, em Tobolsk, na região leste da Sibéria, Mendeleev — caçula em uma família de 17 irmãos, após a morte de seu pai, se muda para Moscou com 17 anos e depois segue para São Petersburgo para ir em busca do sonho de um dia entrar em uma universidade.

Especializou-se em Matemática, Física, Literatura e Línguas estrangeiras. Em 1855, forma-se professor e ganha medalha de ouro por seu desempenho acadêmico. Em 1857, gradua-se em Química.

Após passar um período estudando na França com Henri Reynault, químico experimental, Mendeleev volta para São Petersburgo em 1961, onde passa a lecionar química no Instituto Técnico.

​Em 1869, aos 35 anos, enquanto escrevia um livro de química inorgânica, Mendeleev optou por organizar os elementos químicos conforme seu peso atômico. A tabela resultante exibe propriedades periódicas e permite observar os vários tipos de relações químicas, até então estudadas isoladamente.

Para Rubens Lima, mestre em engenharia química pela Universidade de São Paulo (USP), a tabela periódica se trata de um método de organização de informação que facilita muito o trabalho de um químico no dia a dia.

"No dia a dia quando a gente vai resolver um caso de análise de que composto que a gente está lidando, quais são as propriedades desse composto e como elas podem influenciar naos nossos processos químicos, a tabela traz a organização e a informação necessária para essa análise, então ela nada mais é do que um método de você conseguir consultar facilmente a informação que precisa", explicou Rubens Lima à Sputnik Brasil.

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Muitos antes de Mendeleev, tentaram desenvolver algum método para organizar os elementos químicos: trios de elementos com propriedade comum, modelo de formato de cilindro em que os elementos aumentavam de peso de acordo com o tamanho e até regras que se inspiraram na escala das oitavas musical. Mas Mendeleev foi o único a conseguir organizar todos os elementos a partir das relações de propriedades desses elementos.

"Ele conseguiu deixar o espaço mostrando que ali ia ser identificado um outro elemento. A partir disso foi possível desenvolver muito mais conhecimento sobre os elementos químicos", comentou Rubens Lima ao mencionar outro aspecto fundamental da tabela de Mendeleev.

O químico russo conseguiu não só organizar os elementos já existentes, como também fez combinações e deixou espaços vazios que seriam ocupados por outros elementos que ainda não haviam sido descobertos enquanto ainda era vivo.

"Na tabela de Mendeleev já havia espaço para prever os elementos que só foram descobertos no século XX. Ainda existem elementos que ainda estão sendo catalogados a partir de um determinado número atômico, essa tabela tem um certo espaço para previsões futuras", completou Rubens Lima.

A atual tabela periódica, elaborada com base na tabela criada pelo russo, cataloga 118 elementos conhecidos e fornece várias informações sobre o comportamento de cada um deles.

Mendeleev faleceu em 1907 e pode não ter ganhado nenhum Prêmio Nobel, mas foi eternizado pela a ciência.

Em 1963, um novo elemento descoberto foi batizado de mendelévio, em homenagem ao russo, e ocupa o espaço 101 da Tabela Periódica dos Elementos. Existem aproximadamente 800 cientistas que já receberam um Prêmio Nobel, mas somente 15 cientistas têm um elemento com o próprio nome. Mendeleev é um deles e hoje ocupa um lugar na tabela em que ele mesmo criou.

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