Astrônomos supõem que quase todos os 'planetas oceânicos' sejam habitáveis

© Foto / David A. Aguilar (CfA)Planetas oceânicos Kepler-62e e Kepler 62f
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A maioria dos "planetas oceânicos", que são compostos basicamente por água, deve permanecer sendo habitável por um bilhão de anos, o que era considerado impossível anteriormente.

Eis a conclusão de cientistas que publicaram um artigo no Astrophysical Journal.

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"Nossos cálculos mostram que não é preciso ter um 'clone' completo da Terra, com seus oceanos e continentes, para o nascimento de vida", afirma Edwin Kite, da Universidade de Chicago, EUA.

Água infinita

Nos últimos anos, os telescópios Kepler, CoRoT, e seus equivalentes terrestres descobriram mais de mil exoplanetas e vários milhares de possíveis candidatos para esse papel. O crescente número de potenciais gêmeos da Terra faz com que os cientistas pensem em quantos podem suportar vida.

Muitos dos planetas pedregosos estão entre os chamados "superterra" – sua massa, tamanho e densidade equivalem a um meio termo entre a Terra e os gigantes gasosos. Por esta razão, planetólogos não têm certeza se esses mundos são similares em aparência ao nosso planeta, podendo ser planetas oceânicos, sendo a maioria deles composta por água.

Segundo Kite, a maioria dos cientistas acredita hoje em dia que esses mundos aquáticos quase sempre serão inabitáveis e inadequados para a vida.

Exemplificando, o aparecimento dos primeiros micróbios seria dificultado por uma total falta de "blocos de vida" e microelementos críticos e, no futuro, a vida deveria desaparecer por causa do "eterno" efeito estufa desse planeta. Além disso, a ausência de um ciclo de substâncias entre a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera tornaria o clima e os ecossistemas desses planetas extremamente instáveis e inadequados para a vida.

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Kite e seu colega Eric Ford, da Universidade da Pensilvânia (EUA), verificaram se esse era realmente o caso, criando um modelo computadorizado do mundo aquático cujas propriedades poderiam ser alteradas em uma ampla gama de valores. Por exemplo, os cientistas poderiam mudar a massa de água, a acidez do oceano, a quantidade de dióxido de carbono na água e no ar e muitos outros fatores que afetam o clima do planeta.

Exoplanetas afortunados

Como esses cálculos mostraram, as preocupações dos planetólogos foram um pouco exageradas. A maioria dos planetas oceânicos, que estiverem dentro da "zona de vida" de uma estrela semelhante ao Sol, permanece sendo potencialmente habitável por várias centenas de milhões de anos, o que deve ser suficiente para o início e a existência da vida.

Planetas mais "afortunados", cujos oceanos têm uma profundidade suficientemente grande e contêm muitos carbonatos, sais de ácido carbônico e a atmosfera constituída de nitrogênio, permaneceriam sendo habitáveis por tempo quase ilimitado, já que a concentração de CO2 neles praticamente não mudaria.

No total, cerca de um quarto do mundo oceânico deveria permanecer sendo habitável por pelo menos um bilhão de anos, e um décimo desses tipos de planetas seria adequado à existência de vida nas águas próximas à superfície por um tempo ainda maior.

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