A erupção do supervulcão de Santorini, há mais de 3.400 anos, enterrou a colônia minoica na ilha de Tera, localizada no sudeste da Grécia, sob uma camada de cinza e pedra-pomes com mais de 40 metros de espessura. A força de erupção do vulcão é comparável à explosão de 200.000 bombas atômicas iguais à jogada sobre Hiroshima. O vulcão expeliu entre 40 e 80 quilômetros cúbicos de rocha.
A erupção foi tão forte que fraturou a ilha em muitas partes e deu origem ao arquipélago moderno de Santorini. Formou-se um tsunami que atingiu Creta e cobriu outras ilhas com cinzas vulcânicas e pedras. A explosão foi a principal razão para a queda da cultura minoica (a primeira civilização europeia) e deu origem à lenda de Atlântida e do dilúvio.
Os arqueólogos afirmam que a erupção ocorreu entre os anos de 1570 e 1500 a.C. Suas conclusões estavam sustentadas em artefatos como a cerâmica e pelas crônicas egípcias.No entanto, os vestígios de cinzas vulcânicas no gelo da Groenlândia, assim como a datação radiocarbônica dos artefatos encontrados na ilha, indicam que o vulcão explodiu muito antes, aproximadamente no ano de 1628 a.C.
Para resolver estas contradições, os autores do estudo, publicado na revista Science Advances, combinaram dois métodos da arqueologia: a análise de radiocarbono e a contagem do número de anéis dentro dos troncos das árvores.
Isto foi possível graças a novos espectrômetros de massas e de árvores únicas — os pinheiros da Califórnia e os carvalhos da Irlanda.
Os cientistas dataram 285 anéis, formados entre os séculos XVIII e XV a.C., com o carbono 14. Ao comparar esses dados com a clássica escala geocronológica, a equipe de Charlotte Pearson, da Universidade do Arizona (EUA), descobriu que a idade dos artefatos da ilha de Santorini foi superestimada.
De fato, a explosão não ocorreu em 1628, mas 30 ou 40 anos depois, entre 1600 e 1580 a.C. Este detalhe não só concilia a visão de arqueólogos, geólogos e físicos, mas também abre a porta para repensar muitas outras disputas, como a relacionada com a data do início do Novo Reino do Egito.
O principal autor do estudo espera que pesquisas futuras ajudem a determinar a data da erupção com uma margem de erro de apenas um ano.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)