Astrônomos descobrem família de asteroides mais antiga do Universo

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Os planetólogos descobriram no cinturão principal de asteroides uma família estranha de pequenos corpos celestes feitos da matéria primária do Sistema Solar.

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"É a família de asteroides mais antiga em todo o cinturão principal, surgiu há quase quatro bilhões de anos. Inclui cerca de 100 corpos celestes, o maior dos quais é 282 Clorinde, não podemos excluir que outros habitantes do faixa estejam ligados a esta família", explicou o planetólogo francês Marco Delbo da Universidade de Nice, França, citado pelo portal Space.com.

O Sistema Solar surgiu há quase 4,4 bilhões de anos, tal como o Sol. Segundo o estudo publicado na revista Science, a Terra e os três outros planetas interiores nasceram como resultado da colisão de corpos protoplanetários rochosos que não continham água por que a luz do Sol jovem tinha destruído ou vaporizado todo o gelo dentro da parte "quente" do disco protoplanetário que, de fato, alastrava até à atual órbita de Júpiter.

É por isso que os cientistas estão discutindo duas questões interligadas: como e quando desapareceu a água "primária" e como a água terá depois surgido na Terra, em Marte e, possivelmente, em Vénus. Não há respostas universais para essas perguntas, e por isso os cientistas estão estudando a composição química dos cometas e meteoritos mais distantes, frios e antigos.

De acordo com Delbo, para responder a essas questões os cientistas têm de estudar lugares mais próximos como, por exemplo, o cinturão principal entre Marte e Júpiter. Ele é composto por vários milhões de destroços que surgiram após colisões entre corpos protoplanetários.

Segundo o planetólogo francês, já há muito tempo que os cientistas entenderam que os asteroides desse cinturão não podem ajudar a descobrir do que foi "fabricado" o Sistema Solar, porque estão na sua parte quente, onde a água e outras substâncias voláteis se vaporizaram da superfície e do interior dos asteroides há bilhões de anos.

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Delbo e seus colegas construíram um modelo computacional do jovem Sistema Solar observando os destroços dos corpos protoplanetários. Os cálculos mostraram que as inúmeras colisões destes corpos não apagaram todos os vestígios do nascimento dos asteroides. A idade, o tamanho e as caraterísticas ficaram escondidos na estrutura das diferentes famílias de asteroides.

Tomando em conta essa ideia, Delbo e seus colegas estudaram todos os corpos celestes no cinturão principal de asteroides e suas famílias, tamanho e distância do Sol.

Os cientistas conseguiram descobrir uma nova família de asteroides, que contem centenas de asteroides grandes e pequenos, da classe dos condritos carbônicos, que serão feitos da matéria primária do Sistema Solar.

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Essa família de asteroides surgiu há quase quatro bilhões de anos como resultado da destruição de um grande corpo celeste protoplanetário com diâmetro entre 35 e 100 quilômetros. Dezenas destes corpos, segundo os dados dos cientistas, existiam no lugar de nascimento do cinturão de asteroides no jovem Sistema Solar. A descoberta prova as teorias clássicas que os asteroides surgiram como resultado de destruição de grandes, e não de pequenos "embriões" de planetas.

O estudo dessa família de asteroides nos ajudará a entender o seu papel no surgimento da Terra e na origem da água no nosso planeta.

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