"Tendo em conta a quantidade de matéria da Via Láctea, de que nós consistimos, que pode se ter introduzido aqui proveniente de outras galáxias, podemos nos considerar como viajantes ou como migrantes espaciais. Em outras palavras, a história de formação do Sistema Solar e da humanidade pode ser menos local do que pensamos", informa Daniel Angles-Alcazar da Universidade Northwestern em Chicago.
Eles se parecem com fitas de estrelas, não ligadas entre si por gravitação, que giram em torno do centro da Via Láctea, na qual fica a Terra, o Sol e quase todas as outras estrelas.
Os fluxos de estrelas, de acordo com os astrônomos, são os restos de galáxias anãs ou de aglomerados globulares, despedaçados ou absorvidos pela Via Láctea em tempos remotos.
Observando um dos mais famosos fluxos de estrelas, os astrônomos perceberam que durante esses eventos apocalípticos a Via Láctea “rouba” quase toda a matéria escura de tais galáxias, que em resultado se decompõem e se transformam nas fitas que podem ser vistas.
"Essas conclusões mudam radicalmente a nossa imagem da formação de galáxias após a Grande Explosão. Se galáxia cresceu dessa maneira, cerca de metade dos átomos à nossa volta, incluindo todo o Sistema Solar e a Terra, tinha pertencido em algum período a galáxias afastadas milhões de anos-luz e não à Via Láctea", concluiu o colega de Angles-Alcazar, Claude-André Faucher-Giguère.
De acordo com os resultados dos estudos, a absorção de outras galáxias não é a fonte principal da matéria que a Via Láctea roubou ou continua roubando às suas vizinhas, porque uma grande parte de gás e poeiras entrou na galáxia junto com os ventos quasares que abandonaram as galáxias vizinhas há muito tempo (há centenas de milhões ou mesmo vários bilhões de anos).