Existem estrelas 'alheias' nos arredores da Via Láctea

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Astrônomos revelaram que muitas estrelas nos arredores da nossa galáxia, que surgiram fora dela, foram “roubadas” de galáxias anãs ao se aproximarem da Via Lactea, segundo artigo publicado no Astrophysical Journal.

"Estes astros encontram-se nos ‘córregos estrelares' únicos, que se estendem por milhões de anos-luz e saem para longe da nossa galáxia. Hoje, são presenciados apenas pequenos córregos dessas estrelas, no entanto, no futuro, como prevemos, encontraremos rios cheios de astros ‘alheios'", declarou Marion Dierickx, cientista da Universidade Harvard (EUA) no artigo publicado no Astrophysical Journal.

Rios estrelares

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A Via Láctea está localizada no vazio intergaláctico, mas não está sozinha. Junto com ela, há várias galáxias anãs, muitas delas invisíveis para nós por sua luz pálida. Segundo cientistas, muitos desses anões, de vez em quando, aproximam-se da nossa galáxia, deixando "traços" chamados de correntes estrelares.

As correntes, parecidas com "fitas" peculiares de estrelas, independentes gravitacionalmente uma das outras, rodeiam a Via Láctea sob e debaixo do seu disco, onde estão a Terra, o Sol e quase todas as outras estrelas. As correntes estrelares, segundo especialistas, representam restos de aglomerações esferoidais ou galáxias anãs que foram rompidas ou absorbidas pela Via Láctea em um passado longínquo.

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Durante esses eventos apocalípticos, descobertos por astrônomos há cinco anos através da observação do "anel de unicórnio", uma das correntes de estrelas mais formosas, a Via Láctea rouba quase toda a matéria escura das galáxias, que são rompidas por ela. Como resultado, as partes se transformam em fitas, vistas por nós no céu noturno sob o disco da galáxia.

Marion Dierickx e o seu colega do Observatório Astrofísico Harvard-Smithsonian de Cambridge (EUA), Abraham Loeb, descobriram uma das maiores e mais distantes fitas deste tipo durante a observação da galáxia anã DEG, na constelação do Sagittarius, cuja colisão com a Via Láctea causou sua ruptura em quatro "caudas" brilhantes.

© Foto / ALMA /Y. Tamura /Mark SwinbankA imagem do Hubble mostra a galáxia SDP.81
A imagem do Hubble mostra a galáxia SDP.81 - Sputnik Brasil
A imagem do Hubble mostra a galáxia SDP.81

Luz das estrelas "alheias"

A descoberta foi feita por acaso. Inicialmente, Loeb e Dierickx não estavam tentando encontrar estrelas "alheias" nos arredores da Via Láctea, mas analisar o movimento realizado pela galáxia DEG durante os últimos 8 milhões de anos.

O estudo revelou que a aproximação e interação gravitacional com a Via Láctea resultou na perda de quase um terço de todas as estrelas e cerca de 90% da matéria escura da galáxia anã, levando a sua ruptura.

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Devido à desagregação da galáxia anã, muitas de suas estrelas "se-perderam" no espaço e algumas foram roubadas pela Via Láctea. Graças a esse fenômeno, 5 das 11 estrelas mais longínquas da nossa galáxia, afastadas da Terra a 300 milhões de anos-luz, na verdade, nasceram na galáxia DEG. Revelou-se que a velocidade de translação realizada por elas ao redor do centro da Via láctea e a localização das mesmas são incomuns. Outras sete estrelas foram "roubadas" de outra galáxia pela nossa.

Loeb opina que de fato há mais estrelas parecidas, mas a sua busca exige telescópios mais potentes, como, por exemplo, o telescópio LSST, capaz de localizar astros com luz mais fraca.

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