Primeiro bebê com DNA de três pais fascina comunidade científica

© flickr.com / Stuart Cale DNA humano
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O menino Abrahim Hasan, de cinco meses de idade, é o primeiro bebê a vir ao mundo a partir de uma nova técnica que incorpora o DNA de três pessoas diferentes, segundo publicou nesta terça-feira (27) a revista New Scientist.

A técnica controversa, que permite que pais com mutações genéticas raras tenham filhos saudáveis, só foi legalmente aprovado no Reino Unido, por enquanto. No entanto, o nascimento de Abrahim, cujos pais jordanianos foram tratados por uma equipe norte-americana baseada no México, está animando embriologistas no mundo todo.

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Segundo explica a publicação, a mãe de Abrahim carrega genes para a síndrome de Leigh, uma doença fatal que afeta o sistema nervoso em desenvolvimento. Os genes da doença residem no DNA na mitocôndria, que fornece energia para nossas células, e que carrega apenas 37 genes, os quais são passados de geração em geração através das mães. Este DNA na mitocôndria é separado da maior parte do nosso DNA, que está alojado no núcleo de cada célula.

Depois de ver seus dois primeiros bebês morrerem devido à síndrome de Leigh, Ibtisam Shaban e seu marido, Mahmoud Hassan, procuraram a ajuda do Dr. John Zhang e sua equipe no New Hope Fertility Center, em Nova York.

Zhang tem trabalhado em uma maneira de evitar a doença mitocondrial usando a chamada técnica de "três pais". Em teoria, existem algumas maneiras de se fazer isso. O método aprovado no Reino Unido envolve a fertilização tanto do óvulo da mãe quando de uma doadora com o esperma do pai. Antes de os ovos fertilizados começarem a se dividir em embriões em estágio inicial, cada núcleo é removido, e o núcleo do óvulo fertilizado da doadora é descartado e substituído pelo do óvulo fecundado da mãe.

Porém, como os pais de Abrahim são muçulmanos, eles se opuseram ao descarte de dois embriões, de modo que o Dr. Zhang teve que desenvolver uma abordagem um pouco diferente. Ele removeu o núcleo de um dos óvulos da mãe e o inseriu em um óvulo doador cujo núcleo havia sido previamente removido. O óvulo resultante – com o DNA nuclear da mãe e o DNA mitocondrial da doadora – foi então fertilizado com o esperma do pai, dando vida ao pequeno Abrahim.

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