Apocalipse provocado por robôs ameaça a humanidade?

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De acordo com os planos do governo japonês, até 2020, ou seja, antes das Olimpíadas em Tóquio, o país terá que fazer uma revolução que pressupõe o uso generalizado de robôs em várias áreas da vida. Um valor de 2,4 trilhões de ienes foi destinado a esses fins (o que equivale a R$65 bilhões).

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A empresa japonesa Honda está construindo um centro de pesquisas com vistas a elaborar intelecto artificial para automóveis de direção automática. Vinte tipos de robôs estão sendo criados para o complexo agroindustrial japonês. Com apoio do Ministério da Justiça, em centros de reabilitação serão usados robôs Pepper com pessoas que violaram a lei.

Esses androides são chamados de "os melhores companheiros sociais da gente". O cientista japonês Ishiguro Hiroshi conseguiu chegar perto da criação de um robô interativo que copia a conduta humana. Seus robôs se apresentam no teatro, conversam e até fazem palestras.

Notícias sobre novas áreas de uso da técnica robótica vêm de vários países quase a cada semana. Robôs-assistentes pessoais já são amplamente usados na reabilitação de doentes e pessoas deficientes. Existe um monte de robôs industriais, além de drones – aeronaves inteligentes, impressoras-3D inteligentes. Robôs aprenderam a compor músicas e versos, pintar quadros, fazer excursões. Não é surpresa para ninguém um robô-aspirador de pó, um robô-cortador de grama. A cada ano aumenta o número de tais assistentes que livram a pessoa do trabalho de rotina, bem como as áreas da técnica robótica que estão em desenvolvimento ativo. Outro tema especial são os robôs militares, cuja elaboração está sendo realizada em muitos países. Esse exército pode superar o inimigo não pela força humana, mas por meio da força intelectual.

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Mesmo hoje já se tornaram realidade as fábricas completamente automatizadas, onde não tem pessoas nas cadeias de montagem. É possível ligar um robô por uma hora ou não desligá-lo durante todo o dia. Ele pode receber sinais para trabalhar mais devagar ou mais depressa. Os donos dessas empresas podem aumentar ou reduzir o volume de produção com perdas mínimas – não há necessidade de pagar horas extras, seguro médico, taxas de previdência social, regatear com sindicatos, etc. Em outras palavras, isso aumenta consideravelmente o grau de competitividade.  Pouco a pouco o trabalhador vai abandonar todas as áreas da produção em que o trabalho manual pode ser substituído por robôs.
Enquanto a maioria das pessoas acha que redução de postos de emprego é o principal perigo da robotização, Gor Nakhapetyan, conselheiro do centro de inovações Skolkovo, tem outra visão do problema:

"Existem muitas profissões que os robôs podem aprender, dando à pessoa a possibilidade de criar. É qualquer trabalho monótono que não requer alta qualificação, mas sim precisão e persistência. Claro que se trata também de trabalho em condições perigosas: não é necessário enviar homens ao espaço distante, quando ele corre risco de vida, porque ele pode ser substituído por um robô. O problema é outro. Imagine se sua geladeira enviasse informações online sobre quais produtos você utiliza e se um robô-cozinheiro preparasse comida para você, neste caso os dados sobre suas preferências culinárias serão encaminhados aos servidores de grandes empresas. E haverá pessoas que vão colher e analisar estas informações… Isso quer dizer que a vida deixará de ser privada…".

O físico e futurólogo russo Aleksei Turchin também acha necessário tomar em conta outro tipo de riscos:

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"Na verdade estes riscos estão mais próximos do que parece. Já aparecem redes neurônicas, automóveis autónomos. E surgem, inclusive, problemas éticos: mesmo se no caminho de um avião-robô, de repente, aparece um obstáculo num caminho – um avô e uma criança e noutro – um homem, como vai proceder? O intelecto artificial como programa é capaz de superar as possibilidades do homem em curto prazo, mas depois pode exterminar ou "beneficiar pessoas de modo errado". Esse é o assim chamado cenário de maximizador de clipes – o automatismo louco ao qual não interessa nada para além de clipes e ele os faz de tudo. Nanorrobôs que têm possibilidade de se multiplicar também podem representar perigo. Mas isso já é da área de medicina: algo médio entre um mecanismo e uma célula viva. O cientista americano Eric Drexler descreveu um cenário de catástrofe em que um programa não para e continua a decompor tudo em elementos e a juntar deles suas próprias cópias, como se fosse um vírus. Os corpos humanos, a biosfera – tudo serve para ele como material de construção. Outra alternativa é se alguém usa um nanorrobô contra o inimigo para fins militares e depois ele também começará se multiplicando de maneira descontrolada…".

Isso é parecido com o apocalipse. Porém, na opinião de Turchin, hoje os riscos das armas nucleares e biológicas são muito mais reais do que os dos nanorrobôs e intelecto artificial.

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