Ampliação do canal do Panamá revela 'afinidade norte-americana'

© REUTERS / Carlos Jasso"Dono do portão transoceânico": um operário olha, no dia 10 de junho de 2016, a porta flutuante nas esclusas de Água Clara do Canal de Panamá ampliado
Dono do portão transoceânico: um operário olha, no dia 10 de junho de 2016, a porta flutuante nas esclusas de Água Clara do Canal de Panamá ampliado - Sputnik Brasil
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A revista Nature está se preparando para divulgar dados detalhados sobre o significado arqueológico do canal do Panamá.

Segundo a Autoridade do canal do Panamá, já foram achadas pelo menos 8.862 amostras paleontológicas durante as escavações, que duraram entre 2008 e 2012. A ACP, entidade autônoma panamenha, realizou o projeto junto com o estadunidense Instituto Smithsonian de Investigações Tropicais (STRI). A equipe íntegra 30 paleontólogos.

Os dados detalhados serão publicados pela revista Nature na sua próxima edição, informa a mídia internacional. No entanto, sublinha-se que "o tesouro é enorme". Estas palavras de Oris Rodríguez, investigador do STRI, repercutem no mundo hispano-americano:

"Imagine ter tido todos esses fósseis de animais e plantas escondidos lá, até que se abrisse uma janela de valor incalculável ao passado através do acesso às rochas do canal".

Entre as amostras, 5.377 são rochas e sedimentos e 3.485, fósseis; estes últimos se dividem em 359 de plantas, 1.511 de moluscos, 6 de equinodermos, 149 de artrópodos, 317 de tubarões, 704 de répteis e 439 de mamíferos.

© REUTERS / Carlos JassoEm 1 de junho de 2016 este pequeno navio estava treinando, perto da Cidade de Panamá, a navegação de navios de carga no futuro Canal de Panamá ampliado. Quase três semanas depois, houve teste no próprio canal
Em 1 de junho de 2016 este pequeno navio estava treinando, perto da Cidade de Panamá, a navegação de navios de carga no futuro Canal de Panamá ampliado. Quase três semanas depois, houve teste no próprio canal - Sputnik Brasil
Em 1 de junho de 2016 este pequeno navio estava treinando, perto da Cidade de Panamá, a navegação de navios de carga no futuro Canal de Panamá ampliado. Quase três semanas depois, houve teste no próprio canal

Para Zuleika Mojica, membro da equipe de Proteção Ambiental da ACP, se trata de "um antes e um depois na história da paleontologia a nível mundial": os objetos achados já permitiram revisar algumas teorias científicas, insiste Mojica.

Citada pelo site Panamá América, ela afirma que a principal consequência do descobrimento é o estabelecimento de uma "afinidade norte-americana", que é um argumento que confirmaria a existência, em um passado bem remoto (22 milhões de anos há), de um ligação continental entre a América do Norte e a Central. Os períodos envolvidos se chamam Oligoceno e Mioceno: neles, houve importantes movimentos tectônicos que formaram várias paisagens contemporâneas da Terra.

Além do movimento tectônico, houve um movimento de seres vivos, um pouco mais tarde — 10 milhões de anos atrás. Cobras, tartarugas, abelhas, rãs, salamandras, peixes e outros animais migraram para o sul.

Estado atual

A ampliação do canal do Panamá é um projeto ambicioso bastante discutido na região. Ele visa aumentar o comércio, possibilitando uma passagem mais cômoda entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Mais cedo na semana em curso, em 20 de junho, o navio grua Oceanus realizou um teste passando pelas exclusas de Cocolí. O teste foi bem sucedido, o que aumentou o orgulho e as esperanças da ACN.

© REUTERS / Carlos JassoEsta foto de 20 de junho de 2016 mostra a abertura de uma porta no canal do Panamá, deixando passar o navio Oceanus para fazer teste
Esta foto de 20 de junho de 2016 mostra a abertura de uma porta no canal do Panamá, deixando passar o navio Oceanus para fazer teste - Sputnik Brasil
Esta foto de 20 de junho de 2016 mostra a abertura de uma porta no canal do Panamá, deixando passar o navio Oceanus para fazer teste
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