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Economista: moeda digital no Brasil reduzirá tarifas e segue tendência internacional

© Folhapress / Fatopress / Edu AndradeEm Brasília, uma imagem da fachada do Banco Central em 18 de janeiro de 2021
Em Brasília, uma imagem da fachada do Banco Central em 18 de janeiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 26.05.2021
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O Banco Central do Brasil anunciou diretrizes para a criação de uma moeda digital brasileira. Para comentar os impactos da decisão do órgão monetário, a Sputnik Brasil conversou com a economista da UERJ Maria Beatriz de Albuquerque David, que explicou as vantagens da modalidade.

Na segunda-feira (24), o Banco Central brasileiro confirmou em comunicado os rumores sobre a criação de uma moeda digital própria para circular em paralelo com a moeda física. A nota da instituição cita debates internos e com pares internacionais com o objetivo de concretizar o projeto.

Conforme publicou a Agência Brasil, a moeda será diferente dos chamados criptoativos e seguirá orientações internacionais, como forma de prevenção de crimes de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Apesar do anúncio em relação à criação da moeda digital, ainda não há um cronograma definido ou previsões sobre quando a moeda será lançada no Brasil.

Para Maria Beatriz de Albuquerque David, economista, professora da Faculdade de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) uma eventual moeda digital brasileira seria semelhante a algumas modalidades já largamente utilizadas no Brasil.

"A moeda digital diferencia-se totalmente do Bitcoin e das chamadas moedas virtuais no sentido de que como ela é uma extensão das transações correntes. Ela seria muito mais parecida com o que você faz hoje com o cartão de débito. Só que você no cartão de débito muitas vezes está vinculado a uma conta-corrente. Então, a ideia seria de que você tivesse uma conta-corrente que não fosse tradicional ou ligada a uma conta-corrente física, por exemplo", detalha a economista em entrevista à Sputnik Brasil.

A professora da UERJ aponta que a moeda digital traria facilidades para ser utilizada a partir de dispositivos como celulares e pulseiras. David aponta ainda que há uma tendência de desaparecimento da moeda física em diversos países.

"Qual é a vantagem disso? Primeiro que a moeda física tem um custo, de impressão, de distribuição. Então, essa moeda diminuiria muito os custos de operação para a entidade monetária, que é o Banco Central. [A instituição] está simplesmente acompanhando uma tendência de escala mundial de que essas ações sejam cada vez mais virtuais", aponta.

Redução de tarifas e questões de segurança

A economista dá exemplos de intermediações que se assemelham a esses tipos de transações. É o caso dos bancos digitais, que vêm crescendo no Brasil, ou de plataformas como o Mercado Pago. No caso da criação da moeda digital, a professora explica que haverá um ganho de segurança para essas atividades no país e também a redução da cobrança de tarifas no sistema bancário tradicional.

"O que você está dizendo é que você está dando uma outra segurança, na medida em que você vai ter uma regulação do Banco Central sobre isso. Então é para diminuir custos, para facilitar e para ter menos dinheiro físico circulando. Uma grande parte das transações já são feitas de forma digital, mas ao criar essa conta específica, de contas digitais via sistema bancário tradicional, a cobrança de tarifas vai diminuir - o que é uma concorrência com vários bancos totalmente digitais que já operam", avalia.
© Marcello Casal Jr/Agência BrasilPix é o pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC) em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia
Economista: moeda digital no Brasil reduzirá tarifas e segue tendência internacional - Sputnik Brasil, 1920, 26.05.2021
Pix é o pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC) em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia

A professora aponta ainda que a utilização desse novo tipo de moeda seria viabilizada por meios eletrônicos como os celulares, pulseiras e cartões de aproximação, o que deve facilitar a assimilação da nova tecnologia. Apesar da possível facilidade da população com esses meios, a economista deixa um alerta sobre segurança.

"Tem uma série de maneiras de tornar essa moeda digital operacional, mas todas elas vão usar comunicação eletrônica. E aí você tem que ter um sistema que funcione muito bem e que esteja protegido contra a possibilidade de hackers, de invasão e tudo isso", conclui.
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