Nesta terça-feira (23), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que vai conceder registro definitivo para a vacina contra o coronavírus produzida pela Pfizer. Trata-se do primeiro aval do tipo a ser autorizado no Brasil.
Apesar disso, as negociações entre o governo e o laboratório estão emperradas desde o ano passado, e não há acordo para compra de doses do imunizante.
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, disse que a entidade vai pedir ao governo para que feche um acordo com a Pfizer.
"Nossa força vai se concentrar em cobrar do ministério a compra da vacina, desenrolar", disse o presidente da FNP em entrevista ao portal UOL.
A entidade, que representa prefeitos de capitais e cidades com mais de 80 mil habitantes, vem criticando a gestão do governo federal durante a pandemia, culpando o Ministério da Saúde pelo ritmo lento da vacinação no país.
"Nessa questão da Pfizer, especificamente, o nosso foco vai ser para que o governo adquira as vacinas. Porque os prefeitos já provaram que têm grande mobilização local, de velocidade de vacinação. Se a gente tiver a vacina, podemos até junho ter a nossa população imunizada. E isso significa uma recuperação de mais dois pontos no PIB do país", argumentou Donizette.
Governo critica cláusulas 'abusivas'
O governo federal acusa a Pfizer de impor cláusulas abusivas no contrato para entrega de doses. O laboratório, que ofereceu 70 milhões de doses, diz que há má vontade do Ministério da Saúde.
Outro empecilho é que o imunizante precisa ser armazenado a uma temperatura de -70ºC, o que dificulta a logística para manutenção das doses. A Pfizer, por sua vez, diz que pode ajudar o governo nessa questão. Com o registro definitivo, é possível iniciar a comercialização e uso em massa de uma vacina.
"Se a Pfizer já vendeu para tantos países e países que têm até grau de exigências superiores aos nossos, por que não fazer esse acordo comercial?", perguntou Donizette.
Nesta segunda-feira (22), representantes do laboratório disseram que não vão abrir mão de suas condições para fechar um acordo com o Brasil. Em reunião com a Pfizer, senadores se prontificaram a intermediar as negociações entre a empresa e o governo.
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