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Lula vê Bolsonaro com chances de reeleição e defende candidatura própria do PT em 2022

© AP Photo / Andrew MedichiniEx-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de encontro em Roma, na Itália (foto de arquivo)
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de encontro em Roma, na Itália (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 18.02.2021
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o PT lance um candidato próprio no primeiro turno da eleição de 2022. Segundo ele, uma frente ampla se daria no segundo turno. 

Apesar de criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro, um "desastre do ponto de vista social, econômico e político", Lula acha que o atual mandatário pode ir para o segundo turno e tem chance de ser reeleito. 

"Embora seja um desastre do ponto de vista social, econômico e político, efetivamente do ponto de vista eleitoral ele [Bolsonaro] mantém uma parcela da base mais à direita, mais raivosa. Acho que ele tem chance em uma disputa de reeleição de segundo turno", disse Lula em entrevista ao UOL. 

Para Lula, é difícil estabelecer o critério para escolher um candidato de oposição para liderar uma frente ampla contra Bolsonaro. Em razão disso, ele afirma que o Partido dos Trabalhadores deve lançar um nome para disputar as eleições presidenciais de 2022. 

"Objetivamente, acho que [o PT] tem de ter candidato no primeiro turno. Como você vai escolher o candidato de uma frente ampla, qual o critério? A melhor prévia que tem é a disputa no primeiro turno. Todo mundo que puder lança candidato com o compromisso de que no segundo turno todo mundo se junte. Não pode depois um inventar de ir para Paris, outros para Suécia, para Nova York, não dá", afirmou o ex-presidente. 

A declaração foi uma indireta ao ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), que disputou as eleições de 2018 e ficou em terceiro. Ao final da apuração do primeiro turno, ele declarou voto contrário a Bolsonaro, mas em seguida viajou para Paris, sem ter participação ativa na campanha. 

Esquerda x direita no 2º turno

De acordo com Lula, tudo indica que, no segundo turno das eleições de 2022, haverá um candidato da esquerda e outro da direita. Segundo o petista, não há possibilidade de Bolsonaro disputar essa etapa do pleito com o governador de São Paulo, João Doria. 

"Isso não vai acontecer [Doria enfrentar Bolsonaro] porque não haverá a possibilidade de dois candidatos de direita irem ao segundo turno, como é difícil imaginar dois candidatos da esquerda no segundo turno. Haverá um candidato representante da direita, ou da extrema-direita, ou bolsominion. E haverá um candidato da esquerda, que será um candidato com mais compromisso com a sociedade, com inclusão social, educação", disse o ex-presidente. 

Luciano Huck

Sobre a possível candidatura de Luciano Huck, Lula afirmou que se tratava de uma "aventura", sendo difícil apontar se o apresentador terá sucesso na empreitada. 

"Acho que o Huck é uma aventura, pegar um homem de TV e colocar ele numa frigideira de uma disputa política... Se ele vai se sair bem é uma aposta que não está dada ainda. Também não sabemos se o DEM vai ter candidato, o que sabemos é que o Bolsonaro tem candidato, que é ele", afirmou. 

Lula ou Haddad?

O petista disse ainda que poderá concorrer nas eleições, mas que isso dependerá das circunstâncias e do momento. Além disso, argumentou que, primeiro, é preciso "discutir o Brasil". Como foi condenado em três instâncias no caso do triplex do Guarujá, Lula não pode se candidatar devido à Lei da Ficha Limpa. No entanto, a situação pode mudar quando o Supremo Tribunal Federal julgar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso. 

No início de fevereiro, Fernando Haddad, candidato do PT derrotado nas últimas eleições presidenciais, disse que Lula endossou seu nome para disputar novamente o pleito, caso os direitos políticos do ex-presidente continuem cassados. O ex-ministro da Educação disse ainda que aceitava se candidatar e iria "botar o bloco na rua".

"Vai depender das circunstâncias políticas, do momento em que for decidido. Vai depender do PT, vai depender das candidaturas dentro do PT, vai depender das alianças políticas que a gente fizer. Vai depender se for necessário ou não eu ser candidato. Se for necessário para derrotar o tal do bolsonarismo, não tenha dúvida nenhuma que eu me colocaria à disposição. Mas isso ainda tem tempo para decidir. Achei extraordinário essa coisa do Haddad ir para a rua, andar", disse Luiz Inácio Lula da Silva.
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