Neste pacote de mensagens, a procuradora Carolina Rezende diz que "precisamos atingir Lula na cabeça (prioridade número 1)". A mensagem foi enviada em 5 de março de 2016, um dia depois que o ex-presidente foi conduzido coercitivamente para depor na Polícia Federal.
O conteúdo das mensagens foi publicado pela Folha nesta sexta-feira (12). Nos diálogos, os procuradores falam ainda que talvez não fosse a melhor estratégia "atingir ministros do STF" naquele momento, pois poderiam comprar briga "com todos ao mesmo tempo".
"Se tentarmos atingir ministros do STF, por exemplo, eles se juntarão contra a LJ [Lava Jato], não tenho dúvidas", disse Rezende.
Por isso, é o senador Renan Calheiros quem aparece como o segundo alvo dos procuradores nas mensagens, logo abaixo de Lula: "Acho que o segundo alvo mais relevante seria Renan", escreveu Carolina.
Na conversa, os procuradores combinam a publicação de uma nota a favor de Sergio Moro. Um dos procuradores afirma que a nota era necessária para "não deixarmos um amigo apanhar sozinho".
"Coitado de Moro... Não está sendo fácil. Vamos torcer para nesta semana as coisas se acalmarem e conseguirmos mais elementos contra o infeliz do Lula", escreveu a procuradora Carolina Rezende.

Mensagens vazadas
Em 2019, hackers invadiram o celular pessoal de Moro, levando à divulgação de conversas do ex-juiz com o procurador Deltan Dallagnol. Nas mensagens, eles tratavam de detalhes e andamentos da operação Lava Jato, em possível conluio.
Em dezembro de 2020, o ministro Lewandowski, em decisão individual e temporária, liberou o acesso das mensagens vazadas a Lula. Em 5 de janeiro, a Justiça acatou a decisão do ministro. Na decisão mais recente, a maioria da Segunda Turma do STF decidiu nesta terça-feira (9) liberar a Lula o acesso às mensagens vazadas da Lava Jato, confirmando a medida inicial de Lewandowski.
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