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O lavajatismo é pai e mãe do bolsonarismo, afirma Gilmar Mendes

© Folhapress / Mateus BonomiGilmar Mendes, ministro do STF, em 23 de outubro, durante julgamento sobre prisão em segunda instancia realizado no Plenário do STF.
Gilmar Mendes, ministro do STF, em 23 de outubro, durante julgamento sobre prisão em segunda instancia realizado no Plenário do STF. - Sputnik Brasil, 1920, 12.02.2021
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que os desdobramentos da Operação Lava Jato contribuíram para a eleição de Jair Bolsonaro.

A declaração foi feita em entrevista ao portal UOL, publicada nesta sexta-feira (12). Gilmar disse também que vê uma ligação entre o movimento político gerado a partir do bolsonarismo e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Acho que a gente até pode dizer que Deus realmente seja brasileiro e esteja nos dando uma chance de fazer uma revisão, mas, eu já disse, o lavajatismo de alguma forma é pai e mãe do bolsonarismo", disse Gilmar Mendes.

A segunda chance a que Gilmar se refere está ligada ao julgamento de Lula no caso do triplex do Guarujá. Nesta terça-feira (9), a Segunda Turma do STF decidiu pelo compartilhamento com a defesa de Lula das mensagens vazadas de conversas entre procuradores da Lava-Jato e o ex-juiz Sergio Moro. Gilmar votou a favor de liberar as mensagens ao ex-presidente.

"Tudo isso precisa ser olhado, é um período anômalo da nossa história. Vamos ter que olhar, discutir e fazer mea culpa", completou o ministro.

O ministro do STF falou também sobre a influência da mídia durante toda a Operação Lava Jato nos processos que resultaram na ausência de Lula das eleições de 2018. Segundo ele, a mídia via nas informações da Lava Jato uma forma de chamar a atenção do público.

"Sem dúvida ocorreu [influência do lavajatismo na eleição de 2018], eu já disse, mas não tem a ver com o governo Bolsonaro hoje. Eu já disse, o lavajatismo que envolve essas ações, e envolve a participação de vocês da mídia, porque sem o conúbio entre mídia e esses atores não teria ocorrido isso. Certamente a mídia era alimentada por essas informações", disse Mendes.
© Folhapress / Jorge AraújoSergio Moro e Deltan Dallagnol, procurador federal e coordenador da Lava Jato no MPF, participam do Fórum Mãos Limpas & Lava Jato (foto de arquivo)
O lavajatismo é pai e mãe do bolsonarismo, afirma Gilmar Mendes - Sputnik Brasil, 1920, 12.02.2021
Sergio Moro e Deltan Dallagnol, procurador federal e coordenador da Lava Jato no MPF, participam do Fórum Mãos Limpas & Lava Jato (foto de arquivo)

Mensagens vazadas

Em 2019, hackers invadiram o celular pessoal de Moro, levando à divulgação de conversas do ex-juiz com o procurador Deltan Dallagnol. Nas mensagens, eles tratavam de detalhes e andamentos da Operação Lava Jato, em possível conluio.

Em dezembro de 2020, o ministro Lewandowski, em decisão individual e temporária, liberou o acesso das mensagens vazadas a Lula. Em 5 de janeiro, a Justiça acatou a decisão do ministro. Já no dia 1º de fevereiro, Lewandowski retirou o sigilo sobre as conversas. Na decisão mais recente, a maioria da Segunda Turma do STF decidiu nesta terça-feira (9) liberar a Lula o acesso às mensagens vazadas da Lava Jato.

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